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LOBOS DOS TERRITÓRIOS DO NORTE DA AMÉRICA... DO MÉXICO AO ALASCA

LOBOS DOS TERRITÓRIOS DO NORTE DA AMÉRICA...
DO MÉXICO AO ALASCA.

"Northern American Wolf in Northern Territories"


Crias de Lobos-da-Columbia-Britânica


“LOBO, UM ESPIRITO MISTICO DA NATUREZA”
“O LOBO-DO-ÁRCTICO, LOBOS... PARA LÁ DO LOBO QUE CONHECEMOS”
“LOBOS - A DIVERSIDADE”
“LOBO IBÉRICO, UM VELHO AMIGO... DESPREZADO!”
“OS LOBOS AO LONGO DA TERRA!”
“O ENORME LOBO DA PENINSULA DO KENAI”
“O IGNORADO LOBO-DO-ARQUIPELAGO-ALEXANDER!...”

Nos artigos anteriores, e em cima referenciados, procurei abordar várias temáticas relativas ao Lobo, e realçar a diferenciação entre espécies, para além, de identificar muitas das variações das subespécies que estão associadas ao Canis lupus.

Para este artigo, o estudo procura focar-se na região americana dos chamados territórios do norte da América; e que se estendem desde o Alasca, passando pelo Canadá, prosseguindo pelas regiões geladas da Gronelândia ou Terra Nova, até a uma boa extensão ou ao longo de muitos dos Estados do América do Norte, ficando-se pela raia fronteiriça do México.

Mas é, na investigação, na pesquisa, sobre os Lobos que habitam esta região do Planeta, que o trabalho assenta. A questão das subespécies do Lobo-cinzento, das semelhanças entre subespécies, a indefinição cientifica nos sinónimos mencionados como subespécies idênticas ou a extinção real das subespécies classificadas… são a matéria mais pertinente do estado de conservação desta espécie. As razões relativas ao seu estatuto de conservação e ás medidas adoptadas pelos organismos de conservação da vida selvagem para a preservação do Lobo-cinzento e das subespécies nos territórios a norte do continente americano… são uma outra questão; onde a polémica e a falta de consenso não têm ajudado em nada a protecção deste animal “dito como maldito” na biosfera de todo o ecossistema americano.

Também a história desta espécie, e por consequência, o desenvolvimento taxonómico e geográfico das suas subespécies, encontra-se envolvido numa série de incertezas cientificas e evolucionistas. Sendo este o mais importante e mais determinante predador de topo do continente norte-americano, era fundamental, que estudos nos pudessem clarificar até onde a influência das características especificas de determinada subespécie entram no equilíbrio de um ecossistema distinto na sua biodiversidade e/ou na sua estrutura ecológica. Sabendo nós, que existem dados muito objectivos, muito concretos, que a regressão das populações ou mesmo a irradicação do Lobo pode mudar totalmente um bioma e afectar toda a vida natural de uma região.

Uma das teorias sobre a espécie nestes territórios do norte, defende a ideia de que há cerca de 12.000 atrás, no final da última era glaciar, as populações de lobos migraram da Ásia via o norte da Europa para América, através do Estreito Bering, que permitia uma ligação directa entre os dois continentes, aquando das marés baixas. Estas alcateias devem-se ter deslocado em número de milhares durante um longo período. Estes lobos eram da espécie Lobo-cinzento (Canis lupus/1758), e pela sua etologia predatória depressa se tornaram dominantes no novo continente. E só no final do século XIX até quase meados do século XX, é que a espécie diminuiu, fragmentou-se, ao ponto de praticamente extinguir-se na América do Norte.

Todavia, um estudo recente, veio levantar na altura uma nova concepção teórica; indicando através da evidência de fósseis encontrados, a possibilidade dos lobos já existirem no território americano há perto de 500.000 anos, considerando que os lobos actuais seriam descendentes desses canídeos predadores. Mas este trabalho rapidamente foi contestado, numa Universidade Austríaca; onde esse estudo foi rebatido com base numa investigação genética que garantia que esta diversidade na genealogia dos lobos era muito mais recente, e que os lobos hoje existentes eram resultado de uma colonização única. Crendo sim, que esses fosseis pertenciam a uma espécie anterior extinta.

Com base nestes indicadores, os estudos apontam para que os lobos tenham migrado entre cerca de 24.000 a 70.000 anos atrás. Tal como os Ursos-pardos, veados e cervos de menor porte que aproveitaram esta passagem nórdica para povoarem igualmente as regiões do norte da América. Os registos taxonómicos e a classificação filogenia desta espécie, permite-nos acreditar de acordo com os fosseis catalogados, que o Lobo-cinzento tenha coexistido durante já o final do Pleistoceno Superior, com outro grande canídeo e predador desta região; refiro-me aquele que ficou conhecido como Dire Wolf (Lobo-pré-histórico “Canis dirus”/1858) e que entretanto veio a extinguir-se há cerca de 9 a 10.000 anos atrás, quando o chamado período zoológico da Megafauna também acabou por desaparecer (presas comuns deste antepassado do Lobo dos nossos dias). Apesar da permanente controvérsia cientifica sobre as verdadeiras origens destas duas espécies, a sua classificação ainda está catalogada como se ambas descendessem de um antepassado comum: o Lobo-de-Armbruster (Armbruster’s Wolf “Canis armbrusteri”/1913), que deverá ter povoado o Planeta há mais de 300.000 anos, ainda no Pleistoceno Médio. A verdade, ao que parece, mostra uma vez mais, a força e a resiliência do Lobo-cinzento; que na sua etologia e típica morfologia demonstrou ser um dos mais aptos predadores do reino animal, sobrevivendo às transformações da Terra e adaptando a sua sobrevivência ás condições e presas mais viáveis.


Por fim, deixo intencionalmente, uma única subespécie do Lobo-cinzento do norte do continente americano, de fora, para lhe dedicar numa próxima oportunidade, um artigo exclusivo… o Lobo-mexicano (Mexican Wolf “Canis lupus baileyi/1929).   



Lobo-do-Noroeste (Canis lupus occidentalis)

Mackenzie Tundra Wolf/Mackenzie River Wolf (Canis lupus mackenzii /1943) e depois reclassificado como: Mackenzie Valley Wolf(Canis lupus occidentalis /1992). O Lobo-da-Tundra-da-Costa-do-Ártico, porém, já havia sido referenciado pela primeira vez em 1829. Habita os bosques e florestas da tundra ártica até ao centro do Canadá, normalmente em áreas perto de rios e lagoas. Esta espécie devido à sua localização geográfica é também conhecida como Northwestern Wolf (Lobo-do-Noroeste), Alaskan Timber Wolf ou Canadian Timber Wolf. Considerado entre as diversas subespécies como um dos mais possantes desta espécie. Um macho pode pesar entre 47/48 e os 60 kg, mas em média ficam-se pelos 45 Kg (existe um registo documentado de um exemplar com cerca de 79,30 kg, e outro não oficial no “Guinness book of Animal World Records” com mais de 104 Kg). Medem cerca de 80 cm, podendo nos de maior porte atingir os 105 cm; as fêmeas em média tendem a ser 10 a 20% menores. A medida do crânio chega aos 30 cm. A cor da sua pelagem é predominante em tons de cinza e preto; mas o branco, o castanho ou nuances azuladas podem mesclar as tonalidades do pêlo. É hoje um dos grandes símbolos do Parque Yellowstone, depois da sua extinção, a reintrodução desta subespécie acabou por ser bem sucedida. Alimenta-se particularmente, dos conhecidos Veados-do-Canadá ou Elk; por norma de jovens ou crias desta espécie de cervídeo. Exemplares doente ou carcaças também são condições da sua alimentação. Também os Bisonte podem servir de presas, mas os adultos desta espécie envolvem um elevado risco que podem conduzir a resultados fatais para os lobos. Mas também pode derivar entre Bois-Almiscarados, Cabras da Montanha, Siltka de Cauda-negra, Alces, Castores, esquilos-terrestre, ratazanas, Lebre-do-Árctico, Lemingues ou Salmões. Atingem por curtos períodos velocidades de 60 a pouco mais de 64 Km/h. Sendo predadores de topo, as suas mandíbulas são a sua arma mais poderosa. Claro, quando a escassez afecta as alcateias, os rebanhos de ovelhas poderão ser as vitimas mais disponíveis. Formam com alguma frequência alcateias eficazes, que podem variar de pequenos grupo de 6 a 12, até mesmo com grupos de mais de 20 a 30 indivíduos, em territórios que dependendo do número de indivíduos pode variar entre perto de 900 km2 e até próximo dos 1500 km2, estabelecendo-se nos estudos uma média de 1550 km2, para as alcateias maiores e 901 Km2 para as alcateias até perto de uma dúzia de indivíduos. A época de acasalamento surge em meados de Fevereiro, as ninhadas nascem cerca de 63 dias depois com uma média de 4/6 cachorrinhos. Deixam as tocas entre as 4 e as 6 semanas. Aos 6 a 8 meses atingem a fase adulta, tornando-se sexualmente maturos perto dos 2 anos. Um censo de 2006, dava conta depois das medidas de protecção sobre o Lobo-do-Vale-de-Mackenzie, a população andaria à volta de 10.000 indivíduos. São conhecidos pelo menos 2 ataques mortais a humanos, o primeiro em 2005 e outro em 2010. O seu estatuto é considerado: VU–Vulnerável. 


Lobo-do-Rio-Mackenzie (Canis lupus mackenzii)


Mackenzie River Wolf (Canis lupus mackenzii /1943). Enquanto subespécie foi separada do Mackenzie Valley Wolf/ Northern Timber Wolf (Canis lupus occidentalis) a qual esteve associada até 1992, subespécie típica do Alaska e da região do Canadá Ocidental até ao Noroeste do Canadá, povoando a costa do árctico, e os dois maiores lagos do noroeste do Canadá: Grande Lago do Urso (Great Bear Lake) e a sul do Grande Lado do Escravo (Great Slave Lake) até a leste do Rio Mackenzie. por alguns descrito como podendo estar ainda associado ao British Colombia Wolf. Só em 1908 foi considerada a possibilidade de se tratar de uma subespécie, esta taxonomia só é definida em 1943. Esta subespécie é considerada de porte médio, com 152 a 165 cm da extremidade do focinho até à cauda. A cor varia desde o branco ao amarelado, do branco ao cinzento, do cinzento ao preto até a uma misturas de todas estas cores. A sua dieta centra-se numa presa comum: o Caribu; porém em situações mais desfavoráveis, os roedores e o salmão tornam-se alternativas necessárias. O estatuto desta subespécie é considerado: EN-Em Perigo.


Lobo-de-Labrador (Canis lupus labradorius)


Labrador Wolf (Canis lupus labradorius ou lubrudorius /1937), , subespécie confirmada em 2005, habitando a Ilha de Newfoundland (Ilha da Terra Nova) e a parte oriental da Ilha do Labrador, o norte do Quebec, a Península Bona Vista, como a Península Baie Verte, ou o Parque Nacional Terra Nova, incluindo a ligação continental com Nunavut (Ilha de Killiniq). Esta é considerada uma das subespécies menos estudadas de todas as que estão classificadas como Lobo-cinzentos. Devido ao seu comportamento esquivo e furtivo num território vasto e quase inóspito, não tem sido fácil recolher dados sobre este canídeo. Os testemunho na última década e meia baseiam-se num ou outro exemplar abatido e em raras fotografias de câmaras-armadilhas. Entre um porte médio a um grande porte. Varia o peso de 34/35 aos 62/63 kg, e medindo entre os 150 e os 180 cm. A sua pelagem ofusca-se nas condições climáticas desta região canadiana; variando desde o cinzento escuro, passando pelos tons mais acinzentados até a uma coloração quase branca. Com alcateias que podem chegar aos 25 indivíduos, o Lobo-de-Labrador é um predador determinante dos grandes rebanhos de Caribu; seguindo as extensas migrações destes, o que o leva por vezes a considerar um lobo semi-nómada. Mas como a maioria dos lobos desta zona do globo, também se alimenta de alces, bois-almiscarados, castores e lebres e se forçado a isso, os pequenos roedores e peixes como o salmão podem completar a sua dieta alimentar. O seu estatuto está classificado: EN-Em Perigo. 


Lobo-da-Colombia-Britânica (Canis lupus columbianus)


British Columbian Wolf (Canis lupus columbianus /1941), ocupando grande parte da região da Columbia Britânica, partes do estado de Yukon, de Alberta e do sudoeste do Alaska. Similar ao Alaskan Interior Wolf ou mesmo sinónimo do Alexander Archipelago Wolf, do Yukon Wolf e do Vancouver Island Wolf; chegando mesmo a levantar-se a hipótese de englobar as três numa única subespécie. Faz parte da lista  das maiores subespécies existentes, chegando a variar dos 36 aos 68 kg e um cumprimento comum dos 150 aos 178 cm. Uma pelagem longa adaptada na perfeição aos territórios perto do árctico. Por norma, é uma subespécie residente, não errante, preferindo permanecer nos locais perto dos locais onde nasceu. Alimenta-se vulgarmente de peixes e veados mais pequenos, tipo corço, lebres e mesmo aves se conseguir. O período de acasalamento decorre entre Dezembro e Março. Os esforços de conservação e mesmo de reintrodução estão ser feitos desde 1985. O estatuto desta subespécie está classificado como a maioria dos lobos desta região: EN-Em Perigo. Existem, porém, alguns estudos contraditórios que indicam como tenha sido caçado até à extinção.


Lobo-da-Ilha-de-Vancouver (Canis lupus crassodon)


Vancouver Island Wolf (Canis lupus crassodon /1932), subespécie endémica da Ilha de Vancouver na Colúmbia Britânica, a oeste do Canadá. Protegido no Strathcona Provincial Park na ilha de Vancouver. Associado também ao Mackenzie River Wolf, contudo, a subespécie foi confirmada como valida em 2005. De tamanho médio, a morfologia desta subespécie define-se em média por altura que varia dos 66 a 81 cm, um comprimento que oscila do nariz à cauda dos 122 aos 152 cm, e um peso perto dos 30 kg aos 41 kg. A pelagem é mesclada de cinzento, castanho e preto, todavia, alguns exemplares podem exibir uma pelagem de um branco puro. A época de acasalamento ocorre geralmente em Janeiro. A dieta centra-se maioritariamente em duas presas de grande porte: o Veado-columbiano-de-cauda-preta, e o Cervo-de-Roosevelt, mas o Coelho-da-Flórida (espécie invasora) acaba por ser também uma das suas peças de caça. É identificado com uma etologia socializadora entre os da sua espécie, vivendo em alcateias que chegam atingir os 35 indivíduos. Contudo o seu comportamento revela-se tímido e por isso só muito raramente consegue ser observado. No século XIX até aos anos 70 do século XX, a subespécie esteve em risco e quase à beira da extinção; nos anos 70 triplicou a sua população, mesmo assim não chegava aos 100 exemplares. O seu estatuto de conservação está identificado e parece ser considerado: LC-Pouco Preocupante. Confesso que estranho esta classificação, circunscrito como está a pouco mais de uma ilha e provavelmente mais alguns exemplares em cativeiro.


Lobo-da-Tundra-do-Alasca (Canis lupus tundrarum)


Alaskan Tundra Wolf (Canis lupus tundrarum /1912), também referenciado como Barren Ground Wolf. Habita a costa do Árctico, na região continental de Barren Ground no Nunavut, o mais recente dos territórios do Canadá, e ainda no Point Barrow no extremo norte do Canadá a leste da Baía de Hudson, também é provável a existência de populações a norte do Arquipélago Árctico. Com semelhanças próximas ao Great Plains Wolf e similar ao Interior Alaskan Wolf, estando mesmo associado à identificação do Mackenzie Valley Wolf; partilhando muitas das características com estas duas últimas subespécies. A pelagem mais densa é branca quase prateada e melhor adaptada à tundra árctica, mas podem ocorrer (apesar da percentagem reduzida) outras tonalidades claras, inclusive castanha e preta. Com um peso nos machos que deverá oscilar entre 38 e os 79/80 kg e nas fêmeas dos 36 aos 54,5 Kg. O comprimento do lobo da tundra estima-se entre os 127 e os 163 cm. Os estudos indicam que possui uma dentição mais robusta que a do Lobo-do-Interior-do-Alasca. As orelhas são arredondadas, as patas grandes e fortes, com uma cabeça maciça. A sua dieta centra-se nos veados e outros ungulados que habitam estas tundras, mas num clima destes pequenos mamíferos podem fazer parte da alimentação, podendo mesmo compensar esta dieta com vegetação rasteira. Como nesta zona gelada as caçadas não são fáceis, sempre que uma presa de grande porte é abatida cada lobo procura comer a maior quantidade possível, chegando aos 9 kg de carne. O acasalamento do casal alfa ocorre por volta de Fevereiro, com uma gestação da fêmea dominante por período de 62 a cerca de 75 dias. As ninhadas nesta região não ultrapassam as 4 crias, que nascem em tocas e são criados por toda a alcateia até atingirem a maturidade suficiente para acompanhar o grupo (que pode variar entre dos 5 aos 10 exemplares adultos). Relativamente ao estatuto de conservação, não foi possível encontrar a classificação oficial; apenas a indicação de que esta subespécie não está identificada com risco de extinção.

Lobo-do-Interior-do Alasca (Canis lupus pambasileus)


Interior Alaskan Wolf (Canis lupus pambasileus /1905), ou o Lobo-de-Yukon, com uma distribuição do interior do Alasca até Yukon, o território mais ocidental do Canadá. Alguns cientistas associam-no ao Alaska Tundra Wolf, todavia, este lobo não habita as zonas frias e costeiras da tundra árctica. A sua pelagem é geralmente escura, preta ou quase, por vezes mesclada de tons cinzentos, castanhos e brancos. São exemplares de grande porte; podendo atingir desde os 152 a 213 cm de comprimento e uma altura até aos 81 cm. O seu peso varia bastante consoante as zonas geográficas onde vive; em reservas naturais… um macho pode variar entre os 43/47 kg e pesar até aos 50/55 kg, enquanto a fêmea pode variar entre os 37 e os  44 kg. Existe um registo em 1939, de um espécime abatido com perto de 79,5 kg. Estão entre os maiores lobos que se conhecem, há mesmo indicações que os referem como os mais robustos lobos da terra. As sua presas variam do Caribu, a velhos alces ou crias, lebres e esquilos terrestres; as ovelhas também se tornam presas fáceis para este predador de grande dimensões. O sucesso de uma caçada a um alce pode ocorrer apenas de cinco em cinco dias, levando cerca de 2 a 3 dias a consumi-lo… um Caribu no período de inverno pode levar 3 dias a conseguir ter êxito, e sendo menos robusto, cerca de um dia como fonte de alimento. As alcateias podem ser formadas por 7 a 9 indivíduos, mas esta situação não é regular, pois variam muito como a maioria das alcateias de lobos em qualquer parte. A alcateia no mínimo, pode ser constituída, pelo casal reprodutor e pelas crias da ninhada anterior. Uma das curiosidades desta subespécie, é que um lobo que deixa o seu grupo original pode percorrer até 500 km para encontrar uma fêmea e formar o seu próprio grupo. As ninhadas geram entre 4 a 6 cachorrinhos. A esperança de vida destes lobos têm valores diferenciais significativos que vão dos 4 aos 10 anos, na natureza. O estatuto parece ser LC-Pouco Preocupante.


Lobo-da-Ilha-Baffin (Canis lupus manningi)


Baffin Island Wolf (Canis lupus manningi /1943), conhecido também como Baffin Island Tundra Wolf. Vive exclusivamente na maior ilha do Canadá; a Ilha de Baffin e nas pequenas ilhas que a rodeiam. Porém, há estudos que sugerem que esta subespécie pode ter migrado para a Groelândia ocidental e que os Lobo-da-Terra-Nova possam ser descendentes dos lobos da Ilha de Baffin. Este é considerada a subespécie de menor porte dos territórios mais a norte e de todos os lobos da região árctica. A sua pelagem branca e farta fá-lo parecer mais corpulento do que na realidade é. As orelhas são verticais e pontiagudas. Olhos oblíquos e rasgados. Tufos fartos e espetados ao longo das faces. Mandibulas poderosas para rasgar e mastigar. Caminham na ponta das patas, o que lhes permite uma corrida mais rápida, podendo atingir os 56 km/h. Em termos comportamentais, usam frequentemente o uivo (muito característico dos lobos) como comunicação predominante entre eles e outros grupos. Com uma altura até aos ombros que se situa entre os 60 cm e os 105 cm. O peso fica-se entre os 13/14 kg e os 22/23 kg. Alimenta-se de quase tudo, são acima de tudo omnívoros, com fome comerá o que encontrar disponível. A caça centra-se primeiro nos Caribus, depois a alternativa passa pelos lemingues e a lebre do árctico. A esperança de vida dos Lobos da ilha de Baffin, é de 6 a 8 anos, em liberdade; no cativeiro podem atingir os 13 anos. O estatuto está classificado como: EN–Em Perigo.



Lobo-da-Terra-Nova (Canis lupus beothucus)

Newfoundland Wolf (Canis lupus beothucus /1937), habitava a Ilha de Newfoundland (Ilha da Terra Nova) e a Costa leste do Canadá. Estudos levam-nos a crer que que os antepassados desta subespécies habitassem esta antes da última era glaciar. O seu nome cientifico advém do povo nativo da ilha conhecido por Beothuck, que desapareceram em 1829. A primeira referência a esta subespécie surge em dois artigos em 1578. Apenas a existência de dois esqueletos completos são conhecidos, recebidos em 1865. Era um lobo de estatura que variava da média ao grande porte, que poderia atingir mesmo os 167/168 cm (do nariz à extremidade da cauda), pesando 45 kg ou mais. Parece que a sua pelagem era vulgarmente branca, porém, possuía uma característica particular, riscas pretas que se estendiam a partir da espinha. O Caribu era sua presa favorita, mas podia alimentar-se de castores, de ratazanas e outros pequenos roedores. A caça por desporto ou trofeus, as armadilhas, os receios dos criadores de gado e um rigoroso controle sobre estes animais, para além da diminuição drástica numa década (entre 1915 a 1925) das populações (para cerca de ¼) de Caribus são tidas como as razões principais que levaram à extinção deste lobo. Em 1839, o governo colonial oferecia 5 libras esterlinas por cada lobo morto, o que há época era um valor exorbitante. O último Lobo de Newfoundland foi abatido em 1911. Oficialmente dado como extinto (EX – Extinto) em 1930.



Lobo-de-Monitoba (Canis lupus grisseoalbus

Manitoba Wolf (Canis lupus grisseoalbus /1858), conhecido também como Saskatchewan Timber Wolf. Habitante das províncias de Monitoba, de Alberta, e Saskatchewan no centro-oeste do Canadá, e Manitoba no centro longitudinal do Canadá; as três províncias das planícies nos territórios do norte. Esta subespécie também foi identificada em Newfoundland (Terra Nova) e nos territórios do noroeste do Canadá. Residia principalmente, nas tundras e nas florestas boreais. A população aparentava encontrar-se estabilizada com um número que rondava os 4.000 exemplares; com alguma variação que ocorria consoante a disponibilidade dos recursos alimentares, possíveis doenças, para além das batidas “controladas” para o “equilíbrio” das populações nas reservas ou parques nacionais. Os lobos desta região parecem ser mais sedentários que a maioria das outras subespécies, não se afastando muito mais de 10 km dos seus territórios de caça ou para fora das áreas das reservas naturais. São zonas (ao que apurei) em que são permitidos os abates para que “se evitem os conflitos” entre lobos e agricultores (obviamente, que para mim, a solução era mais humana e justa, se passasse por outras opções bem mais naturais e simples); mesmo havendo algum controle no método usado, apesar de grande das normas protegerem em primeira instância os interesses humanos. Protegido de abate só mesmo no “Riding Mountain National Park” (em 1986, reserva da biosfera da UNESCO). São animais de porte robusto, em que a pelagem que sobressai é branca ou cinzenta. Com dieta centrada no Caribu, recorre também ao veado-de-cauda-branca, como a lebres, incluindo a gado se for necessário .A época de acasalamento decorre entre Fevereiro e Abril, mas normalmente, as ninhadas (entre 5 a 7 crias) nascem nos finais de Abril, após uma gestação de 63 dias. Com muitas semelhanças ao Hudson Bay Wolf, há estudos que sugerem tratar-se da mesma subespécie. A questão sobre a sua já extinção, como alguns estudos pretendem, é ainda hoje discutível isto devido à similaridade apresenta com a subespécie mencionada. Esta polémica, contudo, arrasta-se com a reintrodução em 1995 do “Lobo de Manitoba” no Yellowstone Park e no Colorado, onde habita já o Lobo-do-Noroeste. Entre 1992 e 1997 a população nos parques naturais caiu drasticamente por 40 indivíduos. Em 2012, um censo identificou cerca de 113 lobos em alcateias que variavam de 6 a 10 exemplares. Não há dados precisos, sobre se esta subespécie se encontra em extinção ou não. Possibilidade de: EX–Extinto, sem se saber a data exacta; ou EN-Em Perigo.




Lobo-de-Bernard (Canis lupus bernardi)

Bernard’s Wolf (Canis lupus bernardi /1943), também conhecido como Banks Island Wolf. Habitava a Ilha de Banks no noroeste do Canadá e a Ilha de Victória no Arquipélago Árctico Canadiano. Uma subespécie de pelagem branca  e espessa, com uma faixa ou uma particular coloração de pêlos (ou da ponta dos pêlos) negros sobre o dorso. Foi descoberto através de um cadáver de um exemplar (esqueleto e pele). Até à data de hoje só foram conhecidos 4 ou 5 espécimes desta subespécie. Sabe-se que em Março de 1993, foi feito um estudo no terreno na região sul da ilha, para determinar a vida selvagem nesta região, todavia, não foi encontrado nenhum sinal de vida sobre este lobo. A última vez que tinham sido observados fora na região noroeste da ilha de Banks. Calcula-se que entre 1918 e 1952 se tenha extinguido em Victória, possivelmente devido à caça. Pode-se especular, que a sua dieta passava por todo o tipo de ungulados da região: Alces, veados, mas também… porcos do mato, lebres, ratos ou mesmo esquilos terrestres. É difícil de prever valores médios com tão poucos elementos sobre os exemplares conhecidos, mas os dados apontam para um animal com 122 cm de altura e 183 cm de comprimento. Poderia pesar algo entre pouco mais de 27 kg e perto dos 50 kg. Os estudos, mesmo com toda a subjectividade, falam de animais com fortes hierarquias e estruturas sociais, compostos por um par alfa e jovens lobos de ninhadas anteriores, que funcionavam perfeitamente em grupo. O período de acasalamento, a gestão e número de crias deveriam ser idênticos aos outros lobos dos territórios do norte; a maturidade sexual deveria igualmente ocorrer por volta dos 10 meses. Considerado oficialmente extinto (Ex - Extinto); após o estudo de 1993, apesar de que esse estatuto fora já determinado em 1952.



Lobo-da-Groelândia (Canis lupus orion)

Greenland Wolf (Canis lupus orion /1935), identificado como residente na região da Groelândia, este lobo é semelhante ao Artic Wolf. Presume-se que seja originário do Canadá e tenha migrado através do estreito de Nares (a sul e a norte), usando a Ilha de Ellesmere no Canadá e a zona norte da Ilha de Baffin e o Mar de Lincoln. A questão maior com esta subespécie é a sua validade, pois alguns investigadores duvidam da sua existência, acreditam acima de tudo que os espécimes observados são lobos da subespécie Lobo-do-Árctico; crendo que as diferenças na morfologia são consequências da subnutrição, devido a escassez de alimentação nesta região. Entre 1899 e 1939 (perto de 40 anos),uma reduzida população de 38 lobos foram mortos por envenenamento. Até 1978 esteve extinto. Só em 1979/80, um casal foi de novo observado a caçar. A população conhecida em 1998 eram cerca de 55 exemplares. Depois do regresso ou reintrodução, ou ainda do ressurgimento das suas presas típicas, um grupo de 23 exemplares parece ter-se restabelecido entre o nordeste e a região este da Groelândia. Contudo, há quem sustente o argumento de que, provavelmente, hoje encontra-se extinta (EX-Extinta).



Lobo-das-Grandes-Planícies (Canis lupus nubilus)

Great Plains Wolf (Canis lupus nubilus /1823), apesar de estar classificado nesta data, esta subespécie esteve entre 1823 até 1941, identificada como uma espécie distinta do Lobo-Cinzento (Gray Wolf) e não como uma subespécie deste (como tantas outras), e classificada com o nome cientifico de: Canis nubilus. Também conhecido por Dusty Wolf ou Buffalo Wolf. incluindo castores. Só em 1941 foi reclassificada como subespécie. Este lobo, é aquele que ocupava a maior área dos territórios do norte e da América do Norte, com perto de uma dúzia de sinónimos diferentes associados a esta subespécie, tendo povoado no passado uma boa parte do oeste da América do Norte, o sudoeste do Alasca, o centro e o nordeste do Canadá. Porém, nos anos 30 do século passado, foi praticamente extinto nos EUA. Mesmo já em 1926, pensava-se que esta subespécie estivesse quase extinta. Estudos posteriores indicaram que os poucos que sobreviveram, encontravam-se refugiados no nordeste do Minnesota, Wisconsin e a cima do Michigan e talvez ao longo da fronteira de Ontário. Os números foram diminuindo de tal forma que em 1974, os serviços federais consideraram-no na categoria de: EN-Em Perigo. Após esta protecção a população conseguiu crescer até que o estatuto mudou em 1978, para: VU-Vulnerável. À cerca de uma década atrás, em 2009, existiam aproximadamente 4.000 exemplares (com a maior população, de ¾, centrada no Minnesota). Tendo sido retirado da lista das espécies ameaças por parte dos serviços de protecção da vida selvagem norte americanos. Hoje expande-se desde a região ocidental dos Grandes Lagos (Great Lakes), Minnesota, Wisconsin, Michigan e Ontário; habitando uma vasta área das planícies a leste das Montanhas Rochosas na América do Norte que se estendem dos vales do rio Mackenzie no Canadá ao sul do Texas. Depois de muita pressão de organizações não governamentais de protecção ambiental e da vida selvagem, o estatuto reverteu de novo para a categoria de espécies ameaçadas (contra a vontade dos lobbies governamentais, mesmo dos que se dizem defender o ambiente e a natureza). Um território que ainda pode variar dependendo da disponibilidade das presas ou do tipo de espécies de que se alimenta. Dieta esta que passa por: Veados-de-cauda-branca, Alces, Lebre-do-árctico, roedores ou pequenos pássaros. Nesta subespécie os grupos são constituídas por cinco a seis indivíduos, como a maioria das alcateias, para preservar a força e o espirito do grupo, somente o par alfa procria. A época de acasalamento decorre mais cedo nas regiões mais a norte, entre o inicio de Janeiro e o final de Fevereiro. A média do período de gestação é mais ou menos idêntica nos lobos-cinzentos: 63 dias. As ninhadas, podem variar, mas muito pouco, depende das condições; aqui medeiam 4 a 6 crias por ninhada, uma vez por ano. São animais que podem medir entre os 137 e os 198 cm (do nariz à extremidade da cauda), pesar entre os 27 e os 50 Kg, que leva a considerar lobos de porto médio. A sua pelagem é predominante de cinzento-mesclado, porém, as variações podem ser diversas e que vão desde o branco ao preto. Tipicamente, cinzenta e preta. Certos exemplares podem exibir inclusive tons ou manchas avermelhadas. A cauda é longa e volumosa, podendo apresentar a ponta preta. EN-Em Perigo.



Lobo-da-Baía-de-Hudson (Canis lupus hudsonicus)

Hudson Bay Wolf (Canis lupus hudsonicus /1941). Ocorre no Canadá, a oeste da Bacia de Hudson até ao norte de Manitoba. Podendo mesmo percorrer os territórios a norte, mas por vezes, pode migrar para as regiões sul seguindo as manadas de Caribus. Referido como muito próximo ao Mackenzie Valley Wolf, apenas mais pequeno. O habitat divide-se entre os florestas boreais a norte, florestas coníferas, as tundras frias, as regiões costeiras e húmidas, incluindo zonas pantanosas. É um lobo de tamanho médio; com um comprimento que oscila entre os 122 e os 152 cm, e uma altura que vai dos 71 aos 91 cm, para um de peso de 36 a 63,5 Kg, sabendo-se que as fêmeas são sensivelmente mais pequenas que os machos. As tonalidades da sua espessa pelagem, varia entre o cinzento-claro e o amarelo esbranquiçado ou mesmo os tons cremes. No inverno, a pelagem pode-se tornar ainda mais clara. A sua dieta centra-se nos grandes ungulados como o Caribu, o Bisonte ou o Alce, mas não rejeita carcaças não sendo propriamente necrófago, Guaxinins, Castores ou pequenos mamíferos também podem diminuir a fome, visto que para se saciar precisaria de cerca de 4.5 kg de carne por dia. A fase de acasalamento do par alfa dá-se na primavera, com um período de gestação entre 62 a 65 dias. Os cachorrinhos (que podem ser até 6 crias) são todos castanhos quando nascem, cegos e surdos até cerca dos 10 dias. Só saem da toca após várias semanas. Sendo amamentados durante os primeiros 2 a 3 meses de vida. Toda a alcateia contribui e ajuda na criação das ninhadas. Eles só atingem a maturidade por volta dos 2 anos. Tendo uma esperança média de vida de 10 anos, em liberdade. Como a maioria das subespécies de lobos-cinzentos, não está classificado pelo IUCN. De qualquer forma, o seu estatuto, é dado pelos conservacionistas e pela agência federal americana de conservação como: EN-Em Perigo.



Lobo-do-Norte-das-Montanhas-Rochosas 
(Canis lupus irremotus)


Northern Rocky Mountains Wolf (Canis lupus irremotus /1937). Uma das poucas subespécies de Lobos-cinzentos que recuperou de uma população em risco de desaparecer, para uma situação pouco preocupante ou pelo menos, fora das categorias de conservação de espécies ameaçadas. Chegando mesmo em 1978, a ser dada extinta. Entre 1915 e 1924, o estado autorizou a redução efectiva de toda a população de lobos, incluindo foram totalmente eliminados do Yellowstone Park. Contudo, alguns exemplares sobreviveram nas montanhas periféricas e recuperaram o bastante para que em 2000 fosse considerada estável e com um efectivo suficiente que assegurasse a sua continuidade; graças a um plano de recuperação da espécie. Em 2008, é considerada fora de risco. Mas em 2010, voltou a integrar a lista das espécies ameaçadas, por ordem de um tribunal. Em 2012, em grande parte devido ao lobbie do “U.S. Fish and Wildlife Service” (instituição que parece sempre muito pouco interessada em defender o meio ambiente e a vida selvagem, apesar do serviço que representa) volta a ser retirada desse estatuto, considerado que foram as populações existentes nos estados americanos de Idaho, Montana e Wyoming. Hoje estas populações chegam ao sul de Alberta no Canadá. Com pequenas alcateias ainda no estado do Oregon e Washington. Todavia, os conflitos entre humanos e lobos continuam… os agricultores e rancheiros discordam das medidas proteccionistas enquanto os ambientalistas acreditam na importância do lobo em todo o ecossistema ambiental. Mesmo com esta consideração, a lei permite que qualquer exemplar fora, por exemplo do Parque Yellowstone (de onde esta subespécie é endémica), pode ser abatido… calcula-se existam entre duas centenas e meia a mais de 300 lobos fora do parque. Esta é uma das mais robustas das subespécies do lobo-cinzento. A sua pelagem é normalmente clara, por vezes, surge o preto misturado com branco e/ou cinzento-claro. Os exemplares a sul, costumam ter a pelagem mais escura, com cinzento-escuro ou preto, bege ou castanho. Com um peso que varia entre os 32 e os 63,5 Kg. Os machos estão em geral acima dos 45,3 Kg. O registo mais elevado de um espécime foi de 66 Kg. Mede entre os 66-76 cm a perto de um metro (81 a 91/92 cm) de comprimento. A sua principal presa é por natureza o Bisonte-americano, o Alce, veados ou corsos, mas também castores ou se conseguir: o Antilocapra (o segundo animal terrestre mais rápido da Terra)… preferem presas de maior porte. Estas alcateias são formadas por grupos grandes, constituídos pelo par alfa e as crias, por jovens adultos de ninhadas anteriores e ainda por outros membros relacionados com o grupo. Podendo constituírem-se alcateias de 10 a 30 elementos. Quando o grupo se torna grande de mais, é natural que se divida entre 2 grupos menores. Esta subespécie parece estar aparentemente relacionada com o Great Plains Wolf, porém, do ponto de vista genético indica estar bastante isolado das populações de lobos a Sudoeste e do Centro-oeste. Há estudo preparados para que esta subespécie possa ser reintroduzida a sul da montanhas-rochosas… de qualquer forma, não creio que isso vá alterar em nada o facto da subespécie que aí residiu e que hoje se encontra extinta, a única diferença é alargar os territórios possíveis a esta subespécie permitindo-lhe uma maior possibilidade de sobrevivência.



Lobo-Cinzento-do-Texas (Canis lupus monstrabilis)


Texas Gray Wolf (Canis lupus monstrabilis /1937). Apenas 5 anos após ter sido reconhecido oficialmente como uma subespécie do Lobo-cinzento, o Lobo do Texas foi considerado extinto em 1942. Habitava o sudeste do Novo México e toda a região central do Texas até à fronteira norte do México e na Louisiana ocidental. O seu estrutura mediava entre um porte mais pequeno que a maioria dos lobos-cinzentos e um porte médio, contudo, não tão pequeno como o Lobo-mexicano. De cores predominantemente escuras, de um cinzento-escuro, castanho ou mesmo manchado de preto; por vezes e só raramente alguns indivíduos apresentarem uma pelagem branca. Por norma, estes lobos eram mais escuros do que o resto dos seus parentes do norte. Uma característica bastante comum era a faixa escura que possuía ao longo da coluna. A sua taxonomia ainda está sobre alguma discussão cientifica; há quem defenda que possa pertencer ao grupo do Great Plains Wolf, como ou Mexican Wolf; como quem defenda que possa ser uma subespécie que tenha evoluído entre ambas. Tarefa hoje mais difícil de se concretizar, dado que se encontra extinto, o Lobo mexicano também está à beira da extinção e o Lobo-das-Grandes-Planícies há muito que foi afastado destas paragens. Sabe-se que compartilhou a mesma região com o Red Wolf (de que falarei num outro artigo). Só não desapareceu também antes da Segunda Grande-Guerra, como as outras que se extinguiram, porque lhe permitiram ter um território mais alargado, o que lhe consentiu existir por mais alguns anos. As suas presas eram em grande parte, o Bisonte-americano; com o declínio desta espécie, também ela caçada quase até à extinção, este lobo virou-se para o gado doméstico, o que lhe terá sido fatal. O seu estatuto, é pois: EX-Extinto.



Lobo-do-Sul-das-Montanhas-Rochosas (Canis lupus youngi)



Southern Rocky Mountains Wolf (Canis lupus youngi /1937). Uma subespécie do Lobo-cinzento das Montanhas Rochosas que povoava as áreas do sudeste de Idaho, sudoeste de Wyoming , o nordeste de Nevada, Norte de Utah, o Colorado ocidental até ao norte do Arizona e a norte do Novo México. Bastante próxima do Great Plains Wolf, seja no tamanho médio, no crânio ou na estrutura morfológica em si. Só a mancha de pêlos escuros sobre o dorso, marcavam a diferença e talvez, o seu porte fosse um pouco maior. Com uma pelagem que variava essencialmente entre o cinzento claro ou cinzento escuro, ainda que com algum bege ou creme, cor de ferrugem ou preto (parece que exemplares totalmente pretos eram raros). Comprimento variava nas fêmeas dos 121/122 aos 152 cm, e nos machos destes 152 cm aos 182/183 cm. Salvo um ou outro exemplar com uns 56,5/56,7 Kg, pesariam cerca de 54 a 54,5 Kg (quase menos 10 Kg, que o Lobo-do-Norte-das-Montanhas Rochosas, no seu peso máximo). Enquanto o Bisonte abundava nas planícies, estes eram a sua presa comum; os alces, veados, antilocapra ou pecaris (porco-do-mato) também faziam parte da dieta de caça; evitando assim as pequenas presas. Quando o bisonte praticamente desapareceu no principio do século passado, as alcateias viraram-se para o gado doméstico… levando-o a uma perseguição fatal encetada pelos programas governamentais de irradicação do lobo até 1940. Com as batidas, a caça ilegal, envenenamentos e armadilhas como retaliações dos agricultores e fazendeiros, em 1935, foi considerado oficialmente extinto. O mais estranho desta história, é o facto (ao que apurei) do seu nome cientifico ter sido dado em referência ao homem (Stanley P. Young) que esteve encarregue dos exterminar das Montanhas Rochosas, e ao que parece também com sucesso; se este dado for mesmo autêntico, é difícil de entender ou aceitar que o nome permaneça cientificamente relacionado a este animal. Os poucos lobos hoje avistados a sul das montanhas rochosas, são indivíduos da subespécie do norte, que procuram estas paragens actualmente sem lobos residentes. (EX-Extinto).


Lobo-da-Montanha-das-Cascatas (Canis lupus fuscus)


Cascate Mountain Wolf (Canis lupus fuscus /1839), ocupava as altas montanhas da Cordilheira das Cascatas a ocidente da América do Norte, desde o sudoeste do Canadá até ao norte da Califórnia. Encontrado ainda na Colômbia Britânica, no Oregon, e no estado do Washington.  Subespécie de porte médio, similar ao Northern Rocky Mountain Wolf e ao Southern Rocky Mountain Wolf. Tinha cerca de 90/91 cm de altura, e um comprimento dos 90/121 aos 152 cm. O peso oscilava entre os 36 e os 40/49 Kg, alguns machos poderiam atingir mesmo os 80 kg. A pelagem característica era de um cinzento-acastanhado, por vezes, com tons avermelhados; o dorso também podia apresentar um pelagem negra.  Também era conhecido pelo Lobo-castanho (Brown Wolf), pelos tons amarelados e cor de bronze, bege-cinza. A sua alimentação residia-se em alces, veados e corços… porém, quando a necessidade apertava, as grandes vitimas era as ovelhas. Com os programas de irradicação governamentais e a hostilidade popular contra este lobo (principalmente, no envenenamento das carcaças deixadas como isco), é quase certo que o seu desaparecimento seja de facto a sua extinção. Desde 1940 que é dado como: EX-Extinto.



Lobo-da-Montanha-Mogollon (Canis lupus mogollonensis)

Mogollon Mountains Wolf (Canis lupus mogollonensis /1937). Também conhecido como Lobo-do-Sudoeste, ou ainda como Lobo-do-Mogollon. Uma subespécie com uma taxonomia sem grande consenso; com estudos que apontam e sugerem que este lobo não seja uma subespécie do Lobo-cinzento, mas sim do Lobo-Mexicano; ou por outro lado, outros estudos em 1982, indicavam que este era uma variação em parte do Lobo-do-Texas e do Lobo-do-sul-das-Montanhas-Rochosas, um híbrido das duas subespécies (pelo facto de habitar a mesma área e tanto o seu tamanho como a sua coloração ser igualmente uma mistura entre ambas as subespécies). Alguns biólogos chegam a propor que o Lobo-de-Mogollon e o Lobo-do-Texas, poderiam integrar a taxonomia associada ao Lobo-Mexicano. Como a maioria destas subespécies, foi reconhecida oficialmente como subespécie em 2005, mesmo que mais uma vez os serviços americanos estatais pela USFWS (U.S. Fish and Wildlife Service) ainda tenham tentado englobá-lo na subespécie Great Plains Wolf ou na espécie Mexican Wolf. Habitava inicialmente, o planalto de Mogollon e expandia-se até à região central do Arizona, do leste através das Montanas de Mogollon no sudeste do Novo México até às Montanhas de Sacramento já no centro do Novo México… ainda referenciado a sul e a oeste do Texas e a nordeste do México. Sabe-se que era maior do que o Lobo-do-México mas menor do que os exemplares do Lobo-do-Texas. A pelagem que era cinza-clara, poderia ser caracterizada por tonalidades escuras, principalmente de vermelho escuro. A sua morfologia era também revelada, ao que parece, pela predominância do osso frontal do crânio ser bastante arqueado. Tal como outros da sua espécie, as alcateias eram lideradas por um par dominante, as crias de ninhadas anteriores com cerca de um ano ou pouco mais, e parentes directos do casal alfa. A sua dieta passava naturalmente, por alces, veados ou pecaris (porco-do-mato), porém, a escassez de presas ou a dificuldade na caça, conduzia-o até a gado doméstico (ovinos e bovinos); o que decretou a sua perseguição… mesmo tido como um animal esquivo e reservado. Levado à extinção em 1935. EX-Extinto.


Lobo-Oriental/Lobo-do-Leste 
(Canis lupus lycaon & Canis lycaon)


Eastern Wolf (Canis lupus lycaon & Canis lycaon /1775), conhecido igualmente, como: Eastern Timber Wolf ou Algonquin Wolf. Este é talvez o lobo mais complexo e polémico de todas as espécies e subespécies existentes. Habitou as zonas mais extremas do sul da Florida e do oeste de Minnesota e, ainda ocupa uma boa parte do seu território original no Canadá, perto de 40%, e principalmente, em torno dos Great Lakes e St. Lawrence, regiões situadas a sudeste de Ontário e a sudoeste do Quebec, em particular nas áreas florestais mais remotas. Um dos seus nomes advém do facto de a maior concentração da sua população é no Algonquin Park, no Ontário. Este lobo de médio porte, é tido como muito semelhante ao Lobo-vermelho (Red Wolf), com uma estrutura que se situa entre o Lobo-cinzento e o Coiote. Mas é a sua taxonomia que está envolvida numa grande discussão sobre a correta classificação que este animal deveria ter. Os estudos apontam várias direcções… a primeira e a mais importante para este artigo é a de se tratar de uma subespécie do Lobo-cinzento, reconhecida em 2005, e que se mantém como a única reconhecida oficialmente; uma outra induz que este lobo pode fazer parte da mesma espécie do Lobo-vermelho; também a possibilidade de se tratar de uma espécie hibrida entre o Coiote e o Lobo-cinzento está considerada; finalmente, há também recentes estudos genéticos que tecem uma forte opinião sobre a eventualidade de se tratar de uma espécie distinta (tal como já tinha acontecido em 1775, no seu primeiro registo, ainda que pouco conclusiva, incluindo identificando como um lobo de pelagem negra: “Black Wolf”… invulgar para esta subespécie de lobo). Contudo, a hibridização não deixa de ser um factor preponderante nesta investigação cientifica; pois, sabe-se que esta população é bastante sensível e mesmo susceptível nesta relação entre lobos e coiotes, e a facilidade de flutuação e partilha de genes entre eles é elevada. O facto dos lobos aqui como no resto destes territórios a norte, terem sido perseguidos e as suas populações de machos e fêmeas afectadas, potenciou ainda mais estes cruzamentos. É verdade que a existência destes híbridos pode em parte afectar, o lado mais puro, geneticamente falando, deste lobo; todavia, não ameaça o domínio dos lobos, pois são de porte significativamente mais pequeno, o que como predador na caça de grandes ungulados perde a vantagem da força e organização das alcateias mais poderosas. Só que também, os mais recentes estudos, já em 2016, evidenciavam que mesmo o Lobo-do-Leste, contem na sua génese cerca de 32% de genes ancestrais do coiote; levando a crer que este lobo é já por si só uma espécie específica de ponto de vista genético. Já um estudo em 2011, sobre esta subespécie, sobre o lobo-cinzento e sobre o lobo-vermelho e cães silvestres, tinha indicado que a percentagem genética deste lobo era de 58% de lobo-cinzento e 42% de coiote, crendo se tratar de um “Coywolf”, mais Lobo-cinzento do que qualquer relação com Lobo-vermelho; em 2017 uma nova investigação sobre o mitocondrial DNA garantia que o Lobo-do-leste e o Lobo-vermelho eram já resultado de uma hibridização antiga de coiotes. No principio do século XX foram levados quase até à extinção no U.S., reduzidos apenas até 3% do seu território original na América. Hoje, pelo que se sabe, só e apenas no estado do Minnesota, que não estão com uma estatuto de EN-Em Perigo, mas sim VU-Vulnerável. No Canadá desconhece-se o número de indivíduos existentes destas populações. Quanto à sua morfologia, a sua pelagem varia em particular entre o branco e o cinza e o castanho e preto; o focinho pode apresentar tonalidades avermelhadas, as pernas com predominância de branco e o dorso com manchas cinzenta e pretas. Mais pequeno por norma, do que o Lobo-cinzento, pesa entre 22/23 a pouco mais do que 45 kg; um macho pode ter um peso médio de 34 kg, enquanto a fêmea não vai muito além dos 27 kg. Com um comprimento do focinho à extremidade da cauda, dos 152 aos 167 cm, e a altura a variar entre os 63,5 e os 90/91 cm. A sua alimentação, com o rigor do inverno vai desde o veado-de-cauda-branca, aos alces e outros veados e mais a norte os caribus, durante as outras estações, pequenos mamíferos e roedores como peixes podem completar a sua dieta. O período de reprodução ocorre no final do Inverno, após cerca de 2 meses de gestação, com ninhadas de 5 ou 6 cachorrinhos que não chegam a pesar meio quilo (450 gr). Aumentando alguns quilos nas primeiras duas semanas, quando passam a ver e sete dias depois a ouvirem. Com um mês e meio já se alimentam de carne regurgitada pelos pais e restantes elementos do grupo. Com seis meses, são já jovens lobos que acompanham o resto de alcateia. Por volta dos 15 meses, tornam-se independentes e podem-se afastar da alcateia familiar. A esperança de vida é de 9 a 12 anos na natureza, em cativeiro um estudo indicava que poderia atingir os 20 anos (o que me deixa algum cepticismo em canídeos com este porte). EN-Em Perigo.

NOTA FINAL: Uma dúvida subsiste no final deste artigo, se as fotos correspondem de facto às subespécies referenciadas, dada a variedade rara de muitas delas e a pouca precisão de outras.         

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Este Blog tem como finalidade a divulgação de uma mensagem que nos lembre a todos nós o quanto é possível fazer para defender seres que precisam da nossa protecção. Quer aceitemos quer não, somos os principais culpados por os animais sofrerem com o nosso comportamento.



Quero agradecer a todos aqueles que por razões diversas vejam fotos da sua autoria e ideias ou estudos dos quais as minhas investigações foram alvo e não se encontrem citados. Caso seja primordial essa referência para eventuais pessoas ou organizações que se sintam mais lesados desde já solicito essa indicação que de pronto farei as respectivas correcções que venham a ser solicitadas. Estes usos foram feitos sempre em nome de um alerta e de ajuda à divulgação de uma causa, por isso nunca com qualquer pretensão de apropriação, mas sim também para dar à mensagem mais consistência e valor nos temas visados.



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