LOBO-DO-ARQUIPÉLAGO-ALEXANDER
Alexander
Archipelago Wolf
(Canis lupus ligoni) / 1937
Registo de Edward Alphonso Goldman (1873/1946), ornitólogo e biólogo do
Museu Nacional de História Natural do Smithsonian Institution… extraordinário
investigador da vida selvagem do continente americano. Estudo confirmado em
1941, depois em 1944.
Uma das subespécies mais curiosas de todas as do continente americano,
concretamente do Alasca. Uma das poucas subespécies de lobo deste local
especifico da Terra. Classificado como característico desta região do sudeste
do Alasca, o Arquipélago de Alexander. Constituído por cerca de 1100 ilhas,
muitas delas selvagens de densa vegetação e de florestas húmidas e temperadas.
Esta subespécie, é a mais pequena, de menor porte, de todas as do Alasca.
Também, a mais escura delas. Os indivíduos podem apresentar na maioria uma
pelagem completamente negra, ou quase negra, com pequenas colorações cinzentas
e brancas. Outra característica particular desta subespécie em relação às
restantes desta região evidencia-se pelo crânio mais longo do que é costume
nesta espécie.
As populações, ou alcateias estão dispersas nas maiores ilhas como a Ilha
do Príncipe de Gales, Kuiu, Kupreanof, Mitkof, Etolin, Revillagigedo,
Kosciusko, Zarembo, and Dall… onde permanecem e habitam regularmente. Porém,
pequenas alcateias podem deambular entre algumas das pequenas ilhas de forma
temporária. A distribuição do seu território é no entanto considerada limitada
e reduzida para o controle populacional e a dispersão genética.
São excelentes nadadores, gostam de água. Sabe-se que, se evitarem as
barreiras naturais de água, são capazes de fazer travessias entre as ilhas mais
próximas, podem nadar até 4 km.
Partilham os seus territórios apenas com um outro grande predador, o Urso-preto.
Evitando alongarem-se até habitats onde o Urso-pardo é dominante. As presas
mais comuns desta subespécie variam entre a presa habitual desta região: Veado
Sitka de cauda-negra e as robustas Cabras das montanhas, espécie ovina alpina
de grande porte. O Alce é raro nestas ilhas, tal como os Caribus /Renas, que em
outras circunstancias geográficas sustentam melhor as alcateias. Em situações
mais difíceis pode recorrer a Castores e ou pequenos mamíferos.
É um canídeo que pesa aproximadamente entre 14/15 kg e os 20/23 kg. Com um
comprimento que pouco passa os 100 cm. E uma altura até aos ombros/omoplatas de
60 a 61 cm. Um volume corporal significativamente inferior ao nosso conhecido
cão Pastor Alemão.
As crias no sudeste do Alasca nascem na última quinzena de Abril, em
cavernas rochosas, em tocas abandonadas ou por entre as cerradas raízes das
árvores.
Diversos estudos foram feitos no século passado para se apurar censos mais
precisos sobre as populações desta subespécie, contudo, são muitos imprecisos
os dados dos últimos vinte, vinte cinco anos… o que não permite saber com
exactidão o estatuto de conservação deste animal. Como o estatuto de
conservação desta subespécie, tem sido alvo de várias discussões e opiniões
contraditórias. Hoje em dia, e desde 2014, que se poderia classificar estes lobos como uma espécie
ameaçada ou em risco, porém os serviços dos U.S. de vida selvagem continuam a
negar esta protecção. O ano passado foi autorizado o abate de nove dos lobos
desta subespécie. Aliás, só um estatuto de risco de extinção pode proteger esta
subespécie tão confinada e dependente de um habitat tão reduzido. Se nos anos
90 do século passado estimaram-se entre 300 a 350 exemplares e no último estudo
não se conseguiram identificar mais do 150, devido à dificuldade da comprovação
do seu respectivo DNA, parece-me óbvio a emergência de preservação deste
animal. Calcula-se que neste momento, devido à caça e à actuação dos
madeireiros e da exploração da madeira, não cheguem a uma centena de indivíduos.
Uma das referências que mais me surpreendeu sobre o Lobo do Arquipélago de
Alexander, foi o facto da sua morfologia, e da sua taxonomia ser bem distinta
das subespécies existentes nesta região, sejas elas originárias do Canadá ou de
outras localidades no sudeste do Alasca. Na realidade, parece que esta subespécie
é, inclusive, completamente distinta dos outros lobos desta região do sudeste.
Talvez por estar confinada a estas ilhas e a esta costa do continente. Estudos
recentes, de 2005, indicam que novas análises genéticas levam a querer que a sua
evolução histórica teve uma origem diferente das outras subespécies do Alasca, devido
ao isolacionismo do resto das populações do continente. Há mesmo a teorização,
de que a sua maior similaridade é associada a uma espécie já extinta, que
habitava a costa ocidental dos Estados Unidos da América; desde a Colômbia
Britânica, ao Oregon até Washington: o Lobo da Montanha Cascade (Canis lupus fuscus), desaparecido nos
anos 40 do século passado. Por isso, qualquer relação filogénica e fenotípica com as subespécies da Colômbia Britânica e da Ilha
de Vancouver parece não existir, contrariando uma parte dos estudos que
sugeriam como sendo estas três subespécies cientificamente uma só. Mais duvidas
se levantam quando as indicações lembram que: a população do aglomerado da Ilha
do Príncipe de Gales poderá ser um grupo distinto geneticamente até das outras populações
da mesma subespécie.
Crânio de um exemplar fêmea |
Crânio de um exemplar macho |
Gostei dessas informações sobre o Lobo do Arquipélago , espero que daqui a alguns anos as pessoas possam estudar e entender mais sobre eles , obrigado pela informação
ResponderEliminar