OS LOBOS NA TERRA
(Wolves on Earth)
De novo, e com
muito prazer, voltando ao Lobo.
No artigo
anterior escrevi sobre o Lobo em geral, integrando no texto detalhes e
características mais especificas à cerca do Lobo-Cinzento. No fundo, sobre a
espécie de todas as espécies.
Como disse nesse
estudo, a espécie do Lobo-cinzento subdivide-se ao longo do planeta e em
diferentes habitats ou regiões; em mais de 35 subespécies existentes, para lá
daquelas que já se encontram extintas.
Para além desta
grande espécie, abordarei igualmente neste trabalho, estudos sobre outras
espécies ou linhagens ou ainda sobre os ditos lobos-híbridos ou não-lobos,
cruzamentos e estudos incompletos sobre outros canídeos selvagens que se
confundem com o conceito Lobo.
Reverei, com base
em outros detalhes e informações, mais aspectos ligados aos lobos em geral e à
ordem dos canídeos.
uma vez mais, irei
excluir destes artigos uma espécie; neste caso, uma subespécie: o Lobo-Ibérico.
Quanto a este animal, tão representativo para o nosso país como para toda esta
região terrestre, pretendo dedicar o último estudo sobre os vários que decidi fazer sobre as subespécies, inteiramente centrado nesta
espécie em concreto e na sua pressuposta importância.
Voltando aos
lobos…
Tal como já mencionei
no artigo anterior sobre o lobo, este animal habita uma larga extensão do
hemisfério norte, mantendo a sua presença através de espécies que se
desenvolveram com características próprias nas mais diversificadas zonas do
norte do planeta, incluindo em áreas onde a sobrevivência é quase impossível para
a maioria dos animais, é esta sua grande adaptabilidade que permite viver em
locais tão remotos como o árctico e as mais recônditas zonas das estepes do
Canadá ou da Rússia. A necessidade constante de estar em permanente movimento,
em estender o seu território de caça ou domínio por vezes de três dezenas a
mais de 6 mil km2, faz com que seja um dos mamíferos com maior incidência territorial em
todo o mundo…
Isto leva-nos de
novo a questão da ameaça que sofre esta espécie. Pois, com um perímetro tão
grande de acção, e com a destruição diária do seu habitat natural, e com apetência
de caça típica deste animal, a ferocidade desta espécie aumenta perante as
dificuldades com que se vai debatendo. Criando-se assim as condições
inevitáveis para que os encontros entre eles e os animais de criação domésticas
aconteçam com muito maior frequência, originando a conflitualidade entre o homem
e o lobo. Aliás, é espécie mais visada pelo ódio e pelo desrespeito humano…
como também o disse antes, ao ponto de ter (como os golfinhos, as baleias ou
tubarões) as leis governamentais apoiarem a sua eliminação como um crime impune
acoberto pelos estados. Todas as razões acabam por ser válidas para matar este majestoso
animal, desde a pele que é retirada para depois abandonar por completo a
carcaça como por vingança pela morte de animais domésticos, como simplesmente
por desporto. Neste artigo, teremos a oportunidade de constatar esta
autenticidade há medida que formos abordando cada uma das subespécies de lobos.
As subespécies:
O lobo-cinzento
enquanto espécie abrange desde o norte dos Estados Unidos, Canadá, Alasca, à
Europa e Ásia. A sua presença já foi mais abrangente e estendia-se até ao méxico na América Central,
a todo o território americano, e da Europa Ocidental ao sul da Europa, como
mesmo ao norte de África.
Hoje falamos,
fundamentalmente, que esta espécie divide-se nos chamados: Lobos do Norte, na
região da América do Norte, Europa e Norte da Ásia; e Lobos do Sul, habitantes
da designada Península Arábica, Sul da Ásia e Norte de África. Os primeiros distinguem-se
por um maior porte, dentes mais poderosos, perfeitamente adaptados a climas tão
diversos e duros, com crânios bem desenvolvidos mostram-se extremamente inteligentes.
Quanto aos segundos são menos dotados nas suas características biológicas, mais
vulnerável na sua dispersão geográfica, e muito mais ameaçado no status das
suas subespécies que os deixam perto da extinção.
A grande
discussão hoje centra-se em torno do número de subespécies. Os registos ou o
livro sobre as espécies de mamíferos (“Mamal Species of the World”) têm
catalogadas e reconhecidas 24 subespécies existentes, tendo em conta que cerca
de 13 estão consideradas extintas… o que nos levaria, pelos dados estudados a
pelo menos 37 subespécies do Lobo-cinzento. Há dois estudos mais recentes, que
levantam e põem em causa esta classificação, apesar de ainda não serem
totalmente concordantes em relação a todas as variantes, reduzem este número em termos gerais a metade, 12 subespécies ( 5 na América do Norte e 7 na Eurásia).
Mas sobre esta problemática, faz sentido voltar só depois de identificarmos as
espécies ainda reconhecidas.
Nesta fase de
estudo, comecemos então pelas subespécies do Lobo-cinzento do Norte até aos do
Sul… deixando para fim do artigo, todas as outras subespécies que não fazem
parte da diversidade genética do Lobo-cinzento… todavia, igualmente canídeos na
linhagem do Lobo, onde alguns investigadores as encaixam como subespécies:
Podemos começar
primeiro por olhar a classificação do Lobo pelo IUCN (Internacional Union for
Conservation of Nature):
Porém, esta é a
definição da espécie no seu todo, em termos generalizados. Bem diferente,
daquilo que veremos na maioria dos casos, como no papel real da conservação a
que está sujeita na vida selvagem.
Por segundo, algo
que ainda não foi especificado nestes artigos por mim é a sua classificação no
que respeita à taxonomia:
Assim sendo será
mais fácil e identificável como se encontram definidas as subespécies.
Os Lobos na
Terra:
De uma forma não
sequenciada geograficamente falando, vou seguir a minha ordem estudada, a partir
do Lobo-cinzento (Grey Wolf) – Canis Lupus Linnaeus/1758:
Esta é uma subespécies que melhor se encontra identificada e que mais facilmente fica na nossa memória, por diversas razões: sabe-se que é uma das que maior porte possui, a que melhor está adaptada ao clima mais rigoroso do planeta, com uma capacidade de sobrevivência e resistência invulgar, depois é a sua coloração mais conhecida que nos marca através de uma pelagem branca confundível com o gelo e a neve. Consegue tolerar temperaturas abaixo de zero graus e viver num meio onde pelo menos cinco meses do ano são de uma quase escuridão nocturno, por volta de Abril as temperaturas podem rondar os 30 negativos. A tundra é o seu local por excelência. No Árctico, nas zonas mais a norte do Canadá, do Alasca até à costa leste e norte da Groenlândia foi o espaço a que se ajustou para viver. Dada a natureza do seu habitat e a dificuldade de se viver num clima deste, resiste sem grandes esforços a semanas sem comer, depois as ameaças são poucas devido à quase impossibilidade de expansão do homem, o seu maior inimigo, nestas paragens. Por estas razões, o conhecimento pormenorizado sobre o comportamento deste animal não é muito profundo. Sabemos que em geral, vive em pequenos grupos formados pelo par alfa, as suas crias mais recentes e os jovens ou jovens adultos nascidos das anteriores ninhadas. Tal como nas outras subespécies e em sintonia com esta espécie a relação familiar é muito importante, o casal alfa cuida de todo o grupo e a colaboração tanta na caça como na atenção às crias é da responsabilidade de todos. O seu tamanho varia entre os 63 e os 78-79 cm. Com um peso médio dos 35 kg aos 45 kg, alguns exemplares podem mesmo atingir pesos bem superiores. Um comprimento da ponta do focinho até à cauda estimado entre os 90 cm e 150 cm, podendo mesmo chegar aos 185 cm. É dos lobos com maior estrutura e robustez. Alimenta-se de tudo aquilo que possa caçar ou mesmo incluindo carcaças, as suas presas mais comuns são Caribus, porém pode atacar animais de grande porte como o Boi-almiscarado, Alces que se aventurem mais a norte, em situações mais extremas as Lebres do Árctico, lemingues e aves como a Perdiz do Árctico ou outras poderão fazer parte da sua sobrevivência. A pelagem pode também variar, mesmo sendo o branco a cor comum do inverno, o castanho e o cinzento até alguns exemplares de cor negra podem ser vistos nas estações mais quentes. Com o rigor destas paragens as ninhadas são mais pequenas do que as outras subespécies do Lobo-cinzento, por isso é natural que variem entre as 2 e as 3 crias, nascendo ao fim de pouco mais de 2 meses; até nisto os animais se adaptam às condições. Como todos os lobos, as tocas e os buracos são os locais escolhidos para criar as ninhadas, que se mantêm perto da progenitora até mais ou menos aos dois anos… depois, visto que estas “alcateias” viverem em pequenos números de exemplares, e logo que atingem a maturidade sexual os jovens afastam-se do grupo procurando novos companheiros ou o par alfa ao longo de um território que é vasto e lhes permite constituir novos pares. O Lobo-do-Árctico em liberdade vive em média cerca de 7, 8 anos, em cativeiro como é frequente a longevidade pode atingir os 16, 17 anos. Por fim, o estatuto do IUCN, para este animal é de “LC” - Pouco Preocupante.
Excelente. Parabéns pelo artigo. Muito bom
ResponderEliminarObrigado, peço desculpa pela demora do agradecimento, mas estive ausente durante algum tempo.
EliminarPorque ele está em extinção?
ResponderEliminarEsta subespécie não sofre uma grande ameaça. O seu estatuto de conservação é considerado "LC - Pouco Preocupante". O território que habita e de onde é endémico, não está sujeito a grandes perturbações causadas pelo homem. Uma das únicas razões que poderá conduzir à sua vulnerabilidade, são as alterações climáticas que poderão afectar as presas de que se alimenta e as condições das estruturas populacionais com a fragmentação dos seus territórios. A ameaça de extinção ou riscos de extinção estão hoje em dia focados em outras subespécies de lobos-cinzentos, tanto no continente americano como nas regiões eurasiáticas, incluindo todas as subespécies do norte de África. Espero que tenho ajudado.
Eliminar