LOBOS DOS TERRITÓRIOS DO NORTE DA AMÉRICA...
DO MÉXICO AO ALASCA.
"Northern American Wolf in Northern Territories"
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Crias de Lobos-da-Columbia-Britânica |
“LOBO, UM ESPIRITO MISTICO
DA NATUREZA”
“O LOBO-DO-ÁRCTICO, LOBOS...
PARA LÁ DO LOBO QUE CONHECEMOS”
“LOBOS - A DIVERSIDADE”
“LOBO IBÉRICO, UM VELHO
AMIGO... DESPREZADO!”
“OS LOBOS AO LONGO DA TERRA!”
“O ENORME LOBO DA PENINSULA
DO KENAI”
“O IGNORADO
LOBO-DO-ARQUIPELAGO-ALEXANDER!...”
Nos artigos
anteriores, e em cima referenciados, procurei abordar várias temáticas relativas
ao Lobo, e realçar a diferenciação entre espécies, para além, de identificar
muitas das variações das subespécies que estão associadas ao Canis lupus.
Para este artigo,
o estudo procura focar-se na região americana dos chamados territórios do norte
da América; e que se estendem desde o Alasca, passando pelo Canadá,
prosseguindo pelas regiões geladas da Gronelândia ou Terra Nova, até a uma boa
extensão ou ao longo de muitos dos Estados do América do Norte, ficando-se pela
raia fronteiriça do México.
Mas é, na
investigação, na pesquisa, sobre os Lobos que habitam esta região do Planeta,
que o trabalho assenta. A questão das subespécies do Lobo-cinzento, das
semelhanças entre subespécies, a indefinição cientifica nos sinónimos
mencionados como subespécies idênticas ou a extinção real das subespécies
classificadas… são a matéria mais pertinente do estado de conservação desta
espécie. As razões relativas ao seu estatuto de conservação e ás medidas
adoptadas pelos organismos de conservação da vida selvagem para a preservação
do Lobo-cinzento e das subespécies nos territórios a norte do continente
americano… são uma outra questão; onde a polémica e a falta de consenso não têm
ajudado em nada a protecção deste animal “dito como maldito” na biosfera de todo
o ecossistema americano.
Também a história
desta espécie, e por consequência, o desenvolvimento taxonómico e geográfico
das suas subespécies, encontra-se envolvido numa série de incertezas
cientificas e evolucionistas. Sendo este o mais importante e mais determinante
predador de topo do continente norte-americano, era fundamental, que estudos
nos pudessem clarificar até onde a influência das características especificas
de determinada subespécie entram no equilíbrio de um ecossistema distinto na
sua biodiversidade e/ou na sua estrutura ecológica. Sabendo nós, que existem
dados muito objectivos, muito concretos, que a regressão das populações ou
mesmo a irradicação do Lobo pode mudar totalmente um bioma e afectar toda a
vida natural de uma região.
Uma das teorias
sobre a espécie nestes territórios do norte, defende a ideia de que há cerca de
12.000 atrás, no final da última era glaciar, as populações de lobos migraram da
Ásia via o norte da Europa para América, através do Estreito Bering, que
permitia uma ligação directa entre os dois continentes, aquando das marés
baixas. Estas alcateias devem-se ter deslocado em número de milhares durante um
longo período. Estes lobos eram da espécie Lobo-cinzento (Canis lupus/1758), e pela sua etologia predatória depressa se
tornaram dominantes no novo continente. E só no final do século XIX até quase
meados do século XX, é que a espécie diminuiu, fragmentou-se, ao ponto de
praticamente extinguir-se na América do Norte.
Todavia, um
estudo recente, veio levantar na altura uma nova concepção teórica; indicando através
da evidência de fósseis encontrados, a possibilidade dos lobos já existirem no
território americano há perto de 500.000 anos, considerando que os lobos
actuais seriam descendentes desses canídeos predadores. Mas este trabalho
rapidamente foi contestado, numa Universidade Austríaca; onde esse estudo foi
rebatido com base numa investigação genética que garantia que esta diversidade na
genealogia dos lobos era muito mais recente, e que os lobos hoje existentes
eram resultado de uma colonização única. Crendo sim, que esses fosseis
pertenciam a uma espécie anterior extinta.
Com base nestes
indicadores, os estudos apontam para que os lobos tenham migrado entre cerca de
24.000 a 70.000 anos atrás. Tal como os Ursos-pardos, veados e cervos de menor
porte que aproveitaram esta passagem nórdica para povoarem igualmente as
regiões do norte da América. Os registos taxonómicos e a classificação
filogenia desta espécie, permite-nos acreditar de acordo com os fosseis
catalogados, que o Lobo-cinzento tenha coexistido durante já o final do Pleistoceno
Superior, com outro grande canídeo e predador desta região; refiro-me aquele
que ficou conhecido como Dire Wolf (Lobo-pré-histórico “Canis dirus”/1858) e que entretanto veio a extinguir-se há cerca de
9 a 10.000 anos atrás, quando o chamado período zoológico da Megafauna também
acabou por desaparecer (presas comuns deste antepassado do Lobo dos nossos
dias). Apesar da permanente controvérsia cientifica sobre as verdadeiras
origens destas duas espécies, a sua classificação ainda está catalogada como se
ambas descendessem de um antepassado comum: o Lobo-de-Armbruster (Armbruster’s
Wolf “Canis armbrusteri”/1913), que
deverá ter povoado o Planeta há mais de 300.000 anos, ainda no Pleistoceno Médio.
A verdade, ao que parece, mostra uma vez mais, a força e a resiliência do
Lobo-cinzento; que na sua etologia e típica morfologia demonstrou ser um dos
mais aptos predadores do reino animal, sobrevivendo às transformações da Terra
e adaptando a sua sobrevivência ás condições e presas mais viáveis.
Por fim, deixo
intencionalmente, uma única subespécie do Lobo-cinzento do norte do continente
americano, de fora, para lhe dedicar numa próxima oportunidade, um artigo
exclusivo… o Lobo-mexicano (Mexican Wolf “Canis
lupus baileyi/1929).
Lobo-do-Noroeste (Canis lupus
occidentalis)

Lobo-do-Rio-Mackenzie (Canis
lupus mackenzii)
Mackenzie River
Wolf (Canis lupus mackenzii /1943).
Enquanto subespécie foi separada do Mackenzie Valley Wolf/ Northern Timber Wolf
(Canis lupus occidentalis) a qual esteve associada até 1992, subespécie típica
do Alaska e da região do Canadá Ocidental até ao Noroeste do Canadá, povoando a
costa do árctico, e os dois maiores lagos do noroeste do Canadá: Grande Lago do
Urso (Great Bear Lake) e a sul do Grande Lado do Escravo (Great Slave Lake) até
a leste do Rio Mackenzie. por alguns descrito como podendo estar ainda
associado ao British Colombia Wolf. Só em 1908 foi considerada a possibilidade
de se tratar de uma subespécie, esta taxonomia só é definida em 1943. Esta
subespécie é considerada de porte médio, com 152 a 165 cm da extremidade do
focinho até à cauda. A cor varia desde o branco ao amarelado, do branco ao
cinzento, do cinzento ao preto até a uma misturas de todas estas cores. A sua
dieta centra-se numa presa comum: o Caribu; porém em situações mais
desfavoráveis, os roedores e o salmão tornam-se alternativas necessárias. O
estatuto desta subespécie é considerado: EN-Em Perigo.
Lobo-de-Labrador (Canis lupus labradorius)
Labrador Wolf
(Canis lupus labradorius ou lubrudorius /1937), , subespécie confirmada em
2005, habitando a Ilha de Newfoundland (Ilha da Terra Nova) e a parte oriental
da Ilha do Labrador, o norte do Quebec, a Península Bona Vista, como a
Península Baie Verte, ou o Parque Nacional Terra Nova, incluindo a ligação
continental com Nunavut (Ilha de Killiniq). Esta é considerada uma das
subespécies menos estudadas de todas as que estão classificadas como
Lobo-cinzentos. Devido ao seu comportamento esquivo e furtivo num território
vasto e quase inóspito, não tem sido fácil recolher dados sobre este canídeo. Os
testemunho na última década e meia baseiam-se num ou outro exemplar abatido e
em raras fotografias de câmaras-armadilhas. Entre um porte médio a um grande
porte. Varia o peso de 34/35 aos 62/63 kg, e medindo entre os 150 e os 180 cm. A
sua pelagem ofusca-se nas condições climáticas desta região canadiana; variando
desde o cinzento escuro, passando pelos tons mais acinzentados até a uma
coloração quase branca. Com alcateias que podem chegar aos 25 indivíduos, o
Lobo-de-Labrador é um predador determinante dos grandes rebanhos de Caribu;
seguindo as extensas migrações destes, o que o leva por vezes a considerar um
lobo semi-nómada. Mas como a maioria dos lobos desta zona do globo, também se
alimenta de alces, bois-almiscarados, castores e lebres e se forçado a isso, os
pequenos roedores e peixes como o salmão podem completar a sua dieta alimentar.
O seu estatuto está classificado: EN-Em Perigo.
Lobo-da-Colombia-Britânica (Canis lupus columbianus)
British Columbian
Wolf (Canis lupus columbianus /1941), ocupando grande parte da região da
Columbia Britânica, partes do estado de Yukon, de Alberta e do sudoeste do
Alaska. Similar ao Alaskan Interior Wolf ou mesmo sinónimo do Alexander
Archipelago Wolf, do Yukon Wolf e do Vancouver Island Wolf; chegando mesmo a
levantar-se a hipótese de englobar as três numa única subespécie. Faz parte da
lista das maiores subespécies
existentes, chegando a variar dos 36 aos 68 kg e um cumprimento comum dos 150
aos 178 cm. Uma pelagem longa adaptada na perfeição aos territórios perto do
árctico. Por norma, é uma subespécie residente, não errante, preferindo
permanecer nos locais perto dos locais onde nasceu. Alimenta-se vulgarmente de
peixes e veados mais pequenos, tipo corço, lebres e mesmo aves se conseguir. O
período de acasalamento decorre entre Dezembro e Março. Os esforços de
conservação e mesmo de reintrodução estão ser feitos desde 1985. O estatuto
desta subespécie está classificado como a maioria dos lobos desta região: EN-Em
Perigo. Existem, porém, alguns estudos contraditórios que indicam como tenha
sido caçado até à extinção.
Lobo-da-Ilha-de-Vancouver (Canis lupus crassodon)
Vancouver Island
Wolf (Canis lupus crassodon /1932), subespécie endémica da Ilha de Vancouver na
Colúmbia Britânica, a oeste do Canadá. Protegido no Strathcona Provincial Park
na ilha de Vancouver. Associado também ao Mackenzie River Wolf, contudo, a
subespécie foi confirmada como valida em 2005. De tamanho médio, a morfologia
desta subespécie define-se em média por altura que varia dos 66 a 81 cm, um
comprimento que oscila do nariz à cauda dos 122 aos 152 cm, e um peso perto dos
30 kg aos 41 kg. A pelagem é mesclada de cinzento, castanho e preto, todavia, alguns
exemplares podem exibir uma pelagem de um branco puro. A época de acasalamento
ocorre geralmente em Janeiro. A dieta centra-se maioritariamente em duas presas
de grande porte: o Veado-columbiano-de-cauda-preta, e o Cervo-de-Roosevelt, mas
o Coelho-da-Flórida (espécie invasora) acaba por ser também uma das suas peças
de caça. É identificado com uma etologia socializadora entre os da sua espécie,
vivendo em alcateias que chegam atingir os 35 indivíduos. Contudo o seu
comportamento revela-se tímido e por isso só muito raramente consegue ser
observado. No século XIX até aos anos 70 do século XX, a subespécie esteve em
risco e quase à beira da extinção; nos anos 70 triplicou a sua população, mesmo
assim não chegava aos 100 exemplares. O seu estatuto de conservação está
identificado e parece ser considerado: LC-Pouco Preocupante. Confesso que
estranho esta classificação, circunscrito como está a pouco mais de uma ilha e
provavelmente mais alguns exemplares em cativeiro.
Lobo-da-Tundra-do-Alasca (Canis lupus tundrarum)
Alaskan Tundra
Wolf (Canis lupus tundrarum /1912), também referenciado como Barren Ground
Wolf. Habita a costa do Árctico, na região continental de Barren Ground no
Nunavut, o mais recente dos territórios do Canadá, e ainda no Point Barrow no
extremo norte do Canadá a leste da Baía de Hudson, também é provável a existência
de populações a norte do Arquipélago Árctico. Com semelhanças próximas ao Great
Plains Wolf e similar ao Interior Alaskan Wolf, estando mesmo associado à
identificação do Mackenzie Valley Wolf; partilhando muitas das características
com estas duas últimas subespécies. A pelagem mais densa é branca quase
prateada e melhor adaptada à tundra árctica, mas podem ocorrer (apesar da
percentagem reduzida) outras tonalidades claras, inclusive castanha e preta. Com
um peso nos machos que deverá oscilar entre 38 e os 79/80 kg e nas fêmeas dos
36 aos 54,5 Kg. O comprimento do lobo da tundra estima-se entre os 127 e os 163
cm. Os estudos indicam que possui uma dentição mais robusta que a do
Lobo-do-Interior-do-Alasca. As orelhas são arredondadas, as patas grandes e
fortes, com uma cabeça maciça. A sua dieta centra-se nos veados e outros
ungulados que habitam estas tundras, mas num clima destes pequenos mamíferos
podem fazer parte da alimentação, podendo mesmo compensar esta dieta com vegetação
rasteira. Como nesta zona gelada as caçadas não são fáceis, sempre que uma
presa de grande porte é abatida cada lobo procura comer a maior quantidade
possível, chegando aos 9 kg de carne. O acasalamento do casal alfa ocorre por
volta de Fevereiro, com uma gestação da fêmea dominante por período de 62 a
cerca de 75 dias. As ninhadas nesta região não ultrapassam as 4 crias, que
nascem em tocas e são criados por toda a alcateia até atingirem a maturidade
suficiente para acompanhar o grupo (que pode variar entre dos 5 aos 10 exemplares
adultos). Relativamente ao estatuto de conservação, não foi possível encontrar
a classificação oficial; apenas a indicação de que esta subespécie não está
identificada com risco de extinção.
Lobo-do-Interior-do Alasca (Canis lupus pambasileus)
Interior Alaskan
Wolf (Canis lupus pambasileus /1905), ou o Lobo-de-Yukon, com uma distribuição do interior do
Alasca até Yukon, o território mais ocidental do Canadá. Alguns cientistas associam-no
ao Alaska Tundra Wolf, todavia, este lobo não habita as zonas frias e costeiras
da tundra árctica. A sua pelagem é geralmente escura, preta ou quase, por vezes
mesclada de tons cinzentos, castanhos e brancos. São exemplares de grande
porte; podendo atingir desde os 152 a 213 cm de comprimento e uma altura até
aos 81 cm. O seu peso varia bastante consoante as zonas geográficas onde vive;
em reservas naturais… um macho pode variar entre os 43/47 kg e pesar até aos
50/55 kg, enquanto a fêmea pode variar entre os 37 e os 44 kg. Existe um registo em 1939, de um
espécime abatido com perto de 79,5 kg. Estão entre os maiores lobos que se
conhecem, há mesmo indicações que os referem como os mais robustos lobos da
terra. As sua presas variam do Caribu, a velhos alces ou crias, lebres e
esquilos terrestres; as ovelhas também se tornam presas fáceis para este
predador de grande dimensões. O sucesso de uma caçada a um alce pode ocorrer
apenas de cinco em cinco dias, levando cerca de 2 a 3 dias a consumi-lo… um
Caribu no período de inverno pode levar 3 dias a conseguir ter êxito, e sendo
menos robusto, cerca de um dia como fonte de alimento. As alcateias podem ser
formadas por 7 a 9 indivíduos, mas esta situação não é regular, pois variam
muito como a maioria das alcateias de lobos em qualquer parte. A alcateia no
mínimo, pode ser constituída, pelo casal reprodutor e pelas crias da ninhada
anterior. Uma das curiosidades desta subespécie, é que um lobo que deixa o seu
grupo original pode percorrer até 500 km para encontrar uma fêmea e formar o
seu próprio grupo. As ninhadas geram entre 4 a 6 cachorrinhos. A esperança de
vida destes lobos têm valores diferenciais significativos que vão dos 4 aos 10
anos, na natureza. O estatuto parece ser LC-Pouco Preocupante.
Lobo-da-Ilha-Baffin (Canis lupus manningi)
Baffin Island
Wolf (Canis lupus manningi /1943), conhecido também como Baffin Island Tundra
Wolf. Vive exclusivamente na maior ilha do Canadá; a Ilha de Baffin e nas
pequenas ilhas que a rodeiam. Porém, há estudos que sugerem que esta subespécie
pode ter migrado para a Groelândia ocidental e que os Lobo-da-Terra-Nova possam
ser descendentes dos lobos da Ilha de Baffin. Este é considerada a subespécie
de menor porte dos territórios mais a norte e de todos os lobos da região
árctica. A sua pelagem branca e farta fá-lo parecer mais corpulento do que na
realidade é. As orelhas são verticais e pontiagudas. Olhos oblíquos e rasgados.
Tufos fartos e espetados ao longo das faces. Mandibulas poderosas para rasgar e
mastigar. Caminham na ponta das patas, o que lhes permite uma corrida mais
rápida, podendo atingir os 56 km/h. Em termos comportamentais, usam
frequentemente o uivo (muito característico dos lobos) como comunicação
predominante entre eles e outros grupos. Com uma altura até aos ombros que se
situa entre os 60 cm e os 105 cm. O peso fica-se entre os 13/14 kg e os 22/23
kg. Alimenta-se de quase tudo, são acima de tudo omnívoros, com fome comerá o
que encontrar disponível. A caça centra-se primeiro nos Caribus, depois a
alternativa passa pelos lemingues e a lebre do árctico. A esperança de vida dos
Lobos da ilha de Baffin, é de 6 a 8 anos, em liberdade; no cativeiro podem
atingir os 13 anos. O estatuto está classificado como: EN–Em Perigo.
Lobo-da-Terra-Nova (Canis lupus beothucus)

Lobo-de-Monitoba (Canis lupus grisseoalbus)
Manitoba Wolf
(Canis lupus grisseoalbus /1858), conhecido também como Saskatchewan Timber
Wolf. Habitante das províncias de Monitoba, de Alberta, e Saskatchewan no
centro-oeste do Canadá, e Manitoba no centro longitudinal do Canadá; as três
províncias das planícies nos territórios do norte. Esta subespécie também foi
identificada em Newfoundland (Terra Nova) e nos territórios do noroeste do
Canadá. Residia principalmente, nas tundras e nas florestas boreais. A
população aparentava encontrar-se estabilizada com um número que rondava os 4.000
exemplares; com alguma variação que ocorria consoante a disponibilidade dos
recursos alimentares, possíveis doenças, para além das batidas “controladas”
para o “equilíbrio” das populações nas reservas ou parques nacionais. Os lobos
desta região parecem ser mais sedentários que a maioria das outras subespécies,
não se afastando muito mais de 10 km dos seus territórios de caça ou para fora
das áreas das reservas naturais. São zonas (ao que apurei) em que são
permitidos os abates para que “se evitem os conflitos” entre lobos e
agricultores (obviamente, que para mim, a solução era mais humana e justa, se
passasse por outras opções bem mais naturais e simples); mesmo havendo algum
controle no método usado, apesar de grande das normas protegerem em primeira
instância os interesses humanos. Protegido de abate só mesmo no “Riding
Mountain National Park” (em 1986, reserva da biosfera da UNESCO). São animais
de porte robusto, em que a pelagem que sobressai é branca ou cinzenta. Com
dieta centrada no Caribu, recorre também ao veado-de-cauda-branca, como a
lebres, incluindo a gado se for necessário .A época de acasalamento decorre
entre Fevereiro e Abril, mas normalmente, as ninhadas (entre 5 a 7 crias)
nascem nos finais de Abril, após uma gestação de 63 dias. Com muitas
semelhanças ao Hudson Bay Wolf, há estudos que sugerem tratar-se da mesma
subespécie. A questão sobre a sua já extinção, como alguns estudos pretendem, é
ainda hoje discutível isto devido à similaridade apresenta com a subespécie
mencionada. Esta polémica, contudo, arrasta-se com a reintrodução em 1995 do
“Lobo de Manitoba” no Yellowstone Park e no Colorado, onde habita já o
Lobo-do-Noroeste. Entre 1992 e 1997 a população nos parques naturais caiu
drasticamente por 40 indivíduos. Em 2012, um censo identificou cerca de 113
lobos em alcateias que variavam de 6 a 10 exemplares. Não há dados precisos,
sobre se esta subespécie se encontra em extinção ou não. Possibilidade de: EX–Extinto,
sem se saber a data exacta; ou EN-Em Perigo.
Lobo-de-Bernard (Canis lupus bernardi)
Bernard’s Wolf
(Canis lupus bernardi /1943), também conhecido como Banks Island Wolf. Habitava
a Ilha de Banks no noroeste do Canadá e a Ilha de Victória no Arquipélago
Árctico Canadiano. Uma subespécie de pelagem branca e espessa, com uma faixa ou uma particular
coloração de pêlos (ou da ponta dos pêlos) negros sobre o dorso. Foi descoberto
através de um cadáver de um exemplar (esqueleto e pele). Até à data de hoje só
foram conhecidos 4 ou 5 espécimes desta subespécie. Sabe-se que em Março de
1993, foi feito um estudo no terreno na região sul da ilha, para determinar a
vida selvagem nesta região, todavia, não foi encontrado nenhum sinal de vida
sobre este lobo. A última vez que tinham sido observados fora na região
noroeste da ilha de Banks. Calcula-se que entre 1918 e 1952 se tenha extinguido
em Victória, possivelmente devido à caça. Pode-se especular, que a sua dieta
passava por todo o tipo de ungulados da região: Alces, veados, mas também…
porcos do mato, lebres, ratos ou mesmo esquilos terrestres. É difícil de prever
valores médios com tão poucos elementos sobre os exemplares conhecidos, mas os
dados apontam para um animal com 122 cm de altura e 183 cm de comprimento.
Poderia pesar algo entre pouco mais de 27 kg e perto dos 50 kg. Os estudos,
mesmo com toda a subjectividade, falam de animais com fortes hierarquias e
estruturas sociais, compostos por um par alfa e jovens lobos de ninhadas
anteriores, que funcionavam perfeitamente em grupo. O período de acasalamento,
a gestão e número de crias deveriam ser idênticos aos outros lobos dos
territórios do norte; a maturidade sexual deveria igualmente ocorrer por volta
dos 10 meses. Considerado oficialmente extinto (Ex - Extinto); após o estudo de
1993, apesar de que esse estatuto fora já determinado em 1952.
Lobo-da-Groelândia (Canis lupus orion)
Greenland Wolf
(Canis lupus orion /1935), identificado como residente na região da Groelândia,
este lobo é semelhante ao Artic Wolf. Presume-se que seja originário do Canadá
e tenha migrado através do estreito de Nares (a sul e a norte), usando a Ilha
de Ellesmere no Canadá e a zona norte da Ilha de Baffin e o Mar de Lincoln. A
questão maior com esta subespécie é a sua validade, pois alguns investigadores
duvidam da sua existência, acreditam acima de tudo que os espécimes observados
são lobos da subespécie Lobo-do-Árctico; crendo que as diferenças na morfologia
são consequências da subnutrição, devido a escassez de alimentação nesta
região. Entre 1899 e 1939 (perto de 40 anos),uma reduzida população de 38 lobos
foram mortos por envenenamento. Até 1978 esteve extinto. Só em 1979/80, um
casal foi de novo observado a caçar. A população conhecida em 1998 eram cerca
de 55 exemplares. Depois do regresso ou reintrodução, ou ainda do ressurgimento
das suas presas típicas, um grupo de 23 exemplares parece ter-se restabelecido entre
o nordeste e a região este da Groelândia. Contudo, há quem sustente o argumento
de que, provavelmente, hoje encontra-se extinta (EX-Extinta).
Lobo-das-Grandes-Planícies (Canis lupus nubilus)

Lobo-da-Baía-de-Hudson (Canis lupus hudsonicus)
Hudson Bay Wolf (Canis lupus hudsonicus /1941). Ocorre no Canadá, a oeste da Bacia de
Hudson até ao norte de Manitoba. Podendo mesmo percorrer os territórios a
norte, mas por vezes, pode migrar para as regiões sul seguindo as manadas de
Caribus. Referido como muito próximo ao Mackenzie Valley Wolf, apenas mais
pequeno. O habitat divide-se entre os florestas boreais a norte, florestas
coníferas, as tundras frias, as regiões costeiras e húmidas, incluindo zonas
pantanosas. É um lobo de tamanho médio; com um comprimento que oscila entre os
122 e os 152 cm, e uma altura que vai dos 71 aos 91 cm, para um de peso de 36 a
63,5 Kg, sabendo-se que as fêmeas são sensivelmente mais pequenas que os
machos. As tonalidades da sua espessa pelagem, varia entre o cinzento-claro e o
amarelo esbranquiçado ou mesmo os tons cremes. No inverno, a pelagem pode-se
tornar ainda mais clara. A sua dieta centra-se nos grandes ungulados como o
Caribu, o Bisonte ou o Alce, mas não rejeita carcaças não sendo propriamente
necrófago, Guaxinins, Castores ou pequenos mamíferos também podem diminuir a
fome, visto que para se saciar precisaria de cerca de 4.5 kg de carne por dia. A
fase de acasalamento do par alfa dá-se na primavera, com um período de gestação
entre 62 a 65 dias. Os cachorrinhos (que podem ser até 6 crias) são todos
castanhos quando nascem, cegos e surdos até cerca dos 10 dias. Só saem da toca
após várias semanas. Sendo amamentados durante os primeiros 2 a 3 meses de vida.
Toda a alcateia contribui e ajuda na criação das ninhadas. Eles só atingem a
maturidade por volta dos 2 anos. Tendo uma esperança média de vida de 10 anos,
em liberdade. Como a maioria das subespécies de lobos-cinzentos, não está
classificado pelo IUCN. De qualquer forma, o seu estatuto, é dado pelos
conservacionistas e pela agência federal americana de conservação como: EN-Em
Perigo.
Lobo-do-Norte-das-Montanhas-Rochosas
(Canis lupus irremotus)
(Canis lupus irremotus)
Northern Rocky Mountains Wolf (Canis lupus irremotus /1937).
Uma das poucas subespécies de
Lobos-cinzentos que recuperou de uma população em risco de desaparecer, para
uma situação pouco preocupante ou pelo menos, fora das categorias de
conservação de espécies ameaçadas. Chegando mesmo em 1978, a ser dada extinta. Entre
1915 e 1924, o estado autorizou a redução efectiva de toda a população de
lobos, incluindo foram totalmente eliminados do Yellowstone Park. Contudo,
alguns exemplares sobreviveram nas montanhas periféricas e recuperaram o
bastante para que em 2000 fosse considerada estável e com um efectivo
suficiente que assegurasse a sua continuidade; graças a um plano de recuperação
da espécie. Em 2008, é considerada fora de risco. Mas em 2010, voltou a
integrar a lista das espécies ameaçadas, por ordem de um tribunal. Em 2012, em
grande parte devido ao lobbie do “U.S. Fish and Wildlife Service” (instituição
que parece sempre muito pouco interessada em defender o meio ambiente e a vida
selvagem, apesar do serviço que representa) volta a ser retirada desse
estatuto, considerado que foram as populações existentes nos estados americanos
de Idaho, Montana e Wyoming. Hoje estas populações chegam ao sul de Alberta no
Canadá. Com pequenas alcateias ainda no estado do Oregon e Washington. Todavia,
os conflitos entre humanos e lobos continuam… os agricultores e rancheiros
discordam das medidas proteccionistas enquanto os ambientalistas acreditam na
importância do lobo em todo o ecossistema ambiental. Mesmo com esta
consideração, a lei permite que qualquer exemplar fora, por exemplo do Parque
Yellowstone (de onde esta subespécie é endémica), pode ser abatido… calcula-se
existam entre duas centenas e meia a mais de 300 lobos fora do parque. Esta é
uma das mais robustas das subespécies do lobo-cinzento. A sua pelagem é
normalmente clara, por vezes, surge o preto misturado com branco e/ou
cinzento-claro. Os exemplares a sul, costumam ter a pelagem mais escura, com
cinzento-escuro ou preto, bege ou castanho. Com um peso que varia entre os 32 e
os 63,5 Kg. Os machos estão em geral acima dos 45,3 Kg. O registo mais elevado
de um espécime foi de 66 Kg. Mede entre os 66-76 cm a perto de um metro (81 a
91/92 cm) de comprimento. A sua principal presa é por natureza o
Bisonte-americano, o Alce, veados ou corsos, mas também castores ou se conseguir:
o Antilocapra (o segundo animal terrestre mais rápido da Terra)… preferem
presas de maior porte. Estas alcateias são formadas por grupos grandes,
constituídos pelo par alfa e as crias, por jovens adultos de ninhadas
anteriores e ainda por outros membros relacionados com o grupo. Podendo
constituírem-se alcateias de 10 a 30 elementos. Quando o grupo se torna grande
de mais, é natural que se divida entre 2 grupos menores. Esta subespécie parece
estar aparentemente relacionada com o Great Plains Wolf, porém, do ponto de
vista genético indica estar bastante isolado das populações de lobos a Sudoeste
e do Centro-oeste. Há estudo preparados para que esta subespécie possa ser
reintroduzida a sul da montanhas-rochosas… de qualquer forma, não creio que
isso vá alterar em nada o facto da subespécie que aí residiu e que hoje se
encontra extinta, a única diferença é alargar os territórios possíveis a esta
subespécie permitindo-lhe uma maior possibilidade de sobrevivência.
Lobo-Cinzento-do-Texas (Canis lupus monstrabilis)
Texas Gray Wolf (Canis lupus monstrabilis /1937). Apenas 5 anos após ter sido reconhecido
oficialmente como uma subespécie do Lobo-cinzento, o Lobo do Texas foi
considerado extinto em 1942. Habitava o sudeste do Novo México e toda a região
central do Texas até à fronteira norte do México e na Louisiana ocidental. O
seu estrutura mediava entre um porte mais pequeno que a maioria dos
lobos-cinzentos e um porte médio, contudo, não tão pequeno como o
Lobo-mexicano. De cores predominantemente escuras, de um cinzento-escuro,
castanho ou mesmo manchado de preto; por vezes e só raramente alguns indivíduos
apresentarem uma pelagem branca. Por norma, estes lobos eram mais escuros do
que o resto dos seus parentes do norte. Uma característica bastante comum era a
faixa escura que possuía ao longo da coluna. A sua taxonomia ainda está sobre
alguma discussão cientifica; há quem defenda que possa pertencer ao grupo do
Great Plains Wolf, como ou Mexican Wolf; como quem defenda que possa ser uma
subespécie que tenha evoluído entre ambas. Tarefa hoje mais difícil de se
concretizar, dado que se encontra extinto, o Lobo mexicano também está à beira
da extinção e o Lobo-das-Grandes-Planícies há muito que foi afastado destas
paragens. Sabe-se que compartilhou a mesma região com o Red Wolf (de que
falarei num outro artigo). Só não desapareceu também antes da Segunda
Grande-Guerra, como as outras que se extinguiram, porque lhe permitiram ter um
território mais alargado, o que lhe consentiu existir por mais alguns anos. As
suas presas eram em grande parte, o Bisonte-americano; com o declínio desta
espécie, também ela caçada quase até à extinção, este lobo virou-se para o gado
doméstico, o que lhe terá sido fatal. O seu estatuto, é pois: EX-Extinto.
Lobo-do-Sul-das-Montanhas-Rochosas (Canis lupus youngi)

Lobo-da-Montanha-das-Cascatas (Canis lupus fuscus)
Cascate Mountain
Wolf (Canis lupus fuscus /1839), ocupava as altas montanhas da Cordilheira das
Cascatas a ocidente da América do Norte, desde o sudoeste do Canadá até ao
norte da Califórnia. Encontrado ainda na Colômbia Britânica, no Oregon, e no
estado do Washington. Subespécie de
porte médio, similar ao Northern Rocky Mountain Wolf e ao Southern Rocky
Mountain Wolf. Tinha cerca de 90/91 cm de altura, e um comprimento dos 90/121
aos 152 cm. O peso oscilava entre os 36 e os 40/49 Kg, alguns machos poderiam
atingir mesmo os 80 kg. A pelagem característica era de um
cinzento-acastanhado, por vezes, com tons avermelhados; o dorso também podia
apresentar um pelagem negra. Também era
conhecido pelo Lobo-castanho (Brown Wolf), pelos tons amarelados e cor de
bronze, bege-cinza. A sua alimentação residia-se em alces, veados e corços…
porém, quando a necessidade apertava, as grandes vitimas era as ovelhas. Com os
programas de irradicação governamentais e a hostilidade popular contra este
lobo (principalmente, no envenenamento das carcaças deixadas como isco), é
quase certo que o seu desaparecimento seja de facto a sua extinção. Desde 1940
que é dado como: EX-Extinto.
Lobo-da-Montanha-Mogollon (Canis lupus mogollonensis)
Mogollon Mountains Wolf (Canis lupus mogollonensis /1937). Também conhecido como Lobo-do-Sudoeste, ou
ainda como Lobo-do-Mogollon. Uma subespécie com uma taxonomia sem grande
consenso; com estudos que apontam e sugerem que este lobo não seja uma
subespécie do Lobo-cinzento, mas sim do Lobo-Mexicano; ou por outro lado,
outros estudos em 1982, indicavam que este era uma variação em parte do
Lobo-do-Texas e do Lobo-do-sul-das-Montanhas-Rochosas, um híbrido das duas
subespécies (pelo facto de habitar a mesma área e tanto o seu tamanho como a
sua coloração ser igualmente uma mistura entre ambas as subespécies). Alguns
biólogos chegam a propor que o Lobo-de-Mogollon e o Lobo-do-Texas, poderiam
integrar a taxonomia associada ao Lobo-Mexicano. Como a maioria destas
subespécies, foi reconhecida oficialmente como subespécie em 2005, mesmo que
mais uma vez os serviços americanos estatais pela USFWS (U.S. Fish and Wildlife
Service) ainda tenham tentado englobá-lo na subespécie Great Plains Wolf ou na
espécie Mexican Wolf. Habitava inicialmente, o planalto de Mogollon e
expandia-se até à região central do Arizona, do leste através das Montanas de
Mogollon no sudeste do Novo México até às Montanhas de Sacramento já no centro
do Novo México… ainda referenciado a sul e a oeste do Texas e a nordeste do
México. Sabe-se que era maior do que o Lobo-do-México mas menor do que os
exemplares do Lobo-do-Texas. A pelagem que era cinza-clara, poderia ser
caracterizada por tonalidades escuras, principalmente de vermelho escuro. A sua
morfologia era também revelada, ao que parece, pela predominância do osso
frontal do crânio ser bastante arqueado. Tal como outros da sua espécie, as
alcateias eram lideradas por um par dominante, as crias de ninhadas anteriores
com cerca de um ano ou pouco mais, e parentes directos do casal alfa. A sua
dieta passava naturalmente, por alces, veados ou pecaris (porco-do-mato),
porém, a escassez de presas ou a dificuldade na caça, conduzia-o até a gado
doméstico (ovinos e bovinos); o que decretou a sua perseguição… mesmo tido como
um animal esquivo e reservado. Levado à extinção em 1935. EX-Extinto.
Lobo-Oriental/Lobo-do-Leste
(Canis lupus lycaon & Canis lycaon)
(Canis lupus lycaon & Canis lycaon)
Eastern Wolf
(Canis lupus lycaon & Canis lycaon /1775), conhecido igualmente, como:
Eastern Timber Wolf ou Algonquin Wolf. Este é talvez o lobo mais complexo e
polémico de todas as espécies e subespécies existentes. Habitou as zonas mais
extremas do sul da Florida e do oeste de Minnesota e, ainda ocupa uma boa parte
do seu território original no Canadá, perto de 40%, e principalmente, em torno
dos Great Lakes e St. Lawrence, regiões situadas a sudeste de Ontário e a sudoeste
do Quebec, em particular nas áreas florestais mais remotas. Um dos seus nomes
advém do facto de a maior concentração da sua população é no Algonquin Park, no
Ontário. Este lobo de médio porte, é tido como muito semelhante ao
Lobo-vermelho (Red Wolf), com uma estrutura que se situa entre o Lobo-cinzento
e o Coiote. Mas é a sua taxonomia que está envolvida numa grande discussão
sobre a correta classificação que este animal deveria ter. Os estudos apontam
várias direcções… a primeira e a mais importante para este artigo é a de se
tratar de uma subespécie do Lobo-cinzento, reconhecida em 2005, e que se mantém
como a única reconhecida oficialmente; uma outra induz que este lobo pode fazer
parte da mesma espécie do Lobo-vermelho; também a possibilidade de se tratar de
uma espécie hibrida entre o Coiote e o Lobo-cinzento está considerada;
finalmente, há também recentes estudos genéticos que tecem uma forte opinião
sobre a eventualidade de se tratar de uma espécie distinta (tal como já tinha
acontecido em 1775, no seu primeiro registo, ainda que pouco conclusiva,
incluindo identificando como um lobo de pelagem negra: “Black Wolf”… invulgar
para esta subespécie de lobo). Contudo, a hibridização não deixa de ser um
factor preponderante nesta investigação cientifica; pois, sabe-se que esta
população é bastante sensível e mesmo susceptível nesta relação entre lobos e
coiotes, e a facilidade de flutuação e partilha de genes entre eles é elevada. O
facto dos lobos aqui como no resto destes territórios a norte, terem sido
perseguidos e as suas populações de machos e fêmeas afectadas, potenciou ainda
mais estes cruzamentos. É verdade que a existência destes híbridos pode em
parte afectar, o lado mais puro, geneticamente falando, deste lobo; todavia,
não ameaça o domínio dos lobos, pois são de porte significativamente mais
pequeno, o que como predador na caça de grandes ungulados perde a vantagem da
força e organização das alcateias mais poderosas. Só que também, os mais
recentes estudos, já em 2016, evidenciavam que mesmo o Lobo-do-Leste, contem na
sua génese cerca de 32% de genes ancestrais do coiote; levando a crer que este
lobo é já por si só uma espécie específica de ponto de vista genético. Já um
estudo em 2011, sobre esta subespécie, sobre o lobo-cinzento e sobre o
lobo-vermelho e cães silvestres, tinha indicado que a percentagem genética deste
lobo era de 58% de lobo-cinzento e 42% de coiote, crendo se tratar de um “Coywolf”,
mais Lobo-cinzento do que qualquer relação com Lobo-vermelho; em 2017 uma nova
investigação sobre o mitocondrial DNA garantia que o Lobo-do-leste e o
Lobo-vermelho eram já resultado de uma hibridização antiga de coiotes. No
principio do século XX foram levados quase até à extinção no U.S., reduzidos
apenas até 3% do seu território original na América. Hoje, pelo que se sabe, só
e apenas no estado do Minnesota, que não estão com uma estatuto de EN-Em
Perigo, mas sim VU-Vulnerável. No Canadá desconhece-se o número de indivíduos existentes
destas populações. Quanto à sua morfologia, a sua pelagem varia em particular
entre o branco e o cinza e o castanho e preto; o focinho pode apresentar
tonalidades avermelhadas, as pernas com predominância de branco e o dorso com
manchas cinzenta e pretas. Mais pequeno por norma, do que o Lobo-cinzento, pesa
entre 22/23 a pouco mais do que 45 kg; um macho pode ter um peso médio de 34
kg, enquanto a fêmea não vai muito além dos 27 kg. Com um comprimento do
focinho à extremidade da cauda, dos 152 aos 167 cm, e a altura a variar entre
os 63,5 e os 90/91 cm. A sua alimentação, com o rigor do inverno vai desde o
veado-de-cauda-branca, aos alces e outros veados e mais a norte os caribus,
durante as outras estações, pequenos mamíferos e roedores como peixes podem
completar a sua dieta. O período de reprodução ocorre no final do Inverno, após
cerca de 2 meses de gestação, com ninhadas de 5 ou 6 cachorrinhos que não
chegam a pesar meio quilo (450 gr). Aumentando alguns quilos nas primeiras duas
semanas, quando passam a ver e sete dias depois a ouvirem. Com um mês e meio já
se alimentam de carne regurgitada pelos pais e restantes elementos do grupo.
Com seis meses, são já jovens lobos que acompanham o resto de alcateia. Por
volta dos 15 meses, tornam-se independentes e podem-se afastar da alcateia
familiar. A esperança de vida é de 9 a 12 anos na natureza, em cativeiro um
estudo indicava que poderia atingir os 20 anos (o que me deixa algum cepticismo
em canídeos com este porte). EN-Em Perigo.
NOTA FINAL: Uma dúvida subsiste no final deste artigo, se as fotos correspondem de facto às subespécies referenciadas, dada a variedade rara de muitas delas e a pouca precisão de outras.
NOTA FINAL: Uma dúvida subsiste no final deste artigo, se as fotos correspondem de facto às subespécies referenciadas, dada a variedade rara de muitas delas e a pouca precisão de outras.
Sempre muito bom, os artigos sobre esta especie fabulosa.Parabéns.
ResponderEliminarFantástico acervo. Obrigado.
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