RELATO DO TESTEMUNHO…
ENTRE O HOMEM E O ANIMAL
(Testimony... The man and the animal)
Não que seja essencial, não que reforce qualquer determinação que precise…
Apenas, a vontade de deixar transcrito em palavras um sentimento, memórias e
pensamentos, de uma história que marca uma parte da essência da minha personalidade
como homem.
Nos meus momentos de introspecção ou reflexão sobre a minha vida, dou
comigo muitas vezes a recuar no tempo, a revisitar ou a relembrar as motivações
que certamente um dia, me levaram a desenvolver este sentimento especial pelos
animais. Uma relação feita de afectos e emoções que até hoje, nunca consegui
uma explicação cabal da sua razão primária, para que crescesse dentro de mim
com o envolvimento e a dimensão que tem. É claro, que hoje e passados quase 55
anos desde as primeiras manifestações, não tenho dúvidas da importância
magnânima que tudo isto teve e tem naquilo que sou como ser-humano. E sei-o,
pelo simples facto, da influência que tem em mim nas circunstâncias mais
naturais da vida… Se aqueles que amo são o pilar da razão da minha vida, se a
natureza é o pomo da harmonia da minha relação com o mundo; os animais são sem
dúvida o espírito e a tranquilidade que me fazem entender um pouco melhor a
felicidade. Isto tem lógica? É razoável? Não sei, não tenho a resposta certa
nem a pergunta explicada!
Um grifo (Gyps fulvus/1783) e um Abutre-preto (Aegypius monachus/1766) fotografados em 1983 |
Uma coisa parece óbvia… As situações que passo a transcrever, falam por si
(pelo menos para mim)!
Sem que sejam momentos extraordinários, são invulgares a tudo o resto ao
longo da minha vida…
Com poucos meses fui atirado do berço ao chão, pelo o “Bobby” o cão da
família, que me cria cheirar e provavelmente lamber. Hoje, sou fascinado por
tudo o que são canídeos (família Canidae,
classificada em 1817, e que faz parte da ordem Canivora).
Ainda com dois anos, sei de relatos familiares, que falam da minha
“loucura” quando me levavam a ver os “patos”, e da tristeza e choros que tinha
quando me levavam embora. Até hoje, desenvolvi uma relação inexplicável, por
todas as espécies de aves, principalmente, por esta especial família dos
“Anatidae” (classificada em 1825). Um dos momentos que guardo nas minhas
memórias enquanto criança, era quando o meu pai nos levava (a mim e aos meus
irmãos) a passear na zona de Belém, em Lisboa, nos jardins adjacentes ao
Mosteiro dos Jerónimos… Mas que para mim só tinha um ponto alto: era poder ver
os casais de Cisnes-trombeteiros (Cygnus buccinator/1831) e os Cisnes-negros
(Cygnus atratus/1790) que se encontravam nos lagos das estátuas de cavalos, e
aí sim era o meu momento de maior felicidade.
Um Urso-branco ou Polar (Ursus maritimus/1774), fotografado em 1981. Há 35 anos atrás quando tinha uns 20 anos. |
Quando tinha cerca de 6 anos, ofereceram um pintainho, que estava em casa
da minha avó materna. Era o primeiro animal inteiramente meu, ao qual eu podia
dedicar este sentimento desconhecido para mim mas que era expresso na minha
felicidade. Criei-o até ser um frango emplumado de penas castanhas. Lembro-me
em memórias claras que continuam estranhamente presentes na minha cabeça. Um dia,
na casa da minha avó, mandaram-me para dentro de casa e não me deixaram sair.
Como qualquer criança, não entendi mas procurei na minha curiosidade ver o que
se passava espreitando pelas janelas. O que vi, marcou-me até hoje e
provavelmente até ao resto dos meus dias. Estavam a matar o meu “pintainho”… Assisti
destroçado e em desespero. O resultado foi drástico (não conheço nenhum caso
igual)… Deixei (e recusei desde essa altura) comer carne de qualquer ave. Mesmo
com os meus pais a tentarem nunca conseguiram, o desfecho era sempre dramático
com a minha reacção traumática. Hoje faz-me impressão ver talhos e corpos de
animais expostos mas lido naturalmente com normalidade. Porém, ao longo dos
tempos, esta postura foi-se desenvolvendo. Para além, das aves, deixei de comer
caprinos ou ovinos, sempre que me apercebo evito qualquer outro animal que seja
ainda uma cria e isto é para todo o género de animal. É estranho e
provavelmente patético para a grande maioria das pessoas, mas para mim é estar
bem comigo e em harmonia com o meu interior. Não tenho nem procuro explicações,
vivo e aceito e desejo esta “normalidade”.
Um Hipopotamo-comum fotografado em 1979. Assisti neste momento ao nascimento da cria (Ricarda). |
Desde que me lembro como pessoa, que visito o Jardim Zoológico de Lisboa
praticamente todos os anos da minha vida. O meu pai era um visitante igualmente
apaixonado e nos finais dos anos 60’s, um dia levou-nos a passear num
Elefante-indiano (Elephas maximus indicus/1798;
estatuto de conservação: EN-Em Perigo) e confesso que tive medo da grandeza do
animal mas ao mesmo tempo senti a experiência incrível que era aquele momento.
Depois,
existia a “Huíla”, a fêmea Elefante-da-savana-africano (Loxodonta africana/1791, também com estatuto “VU-Vulnerável), que
em troca de amendoins tocava
uma sineta, nos finais dos anos 70’s… Este animal levou-me
a tirar a fotografia mais arriscada que fiz até hoje. Os Zoos ainda são hoje o
mais tranquilo dos lugares onde eu consigo estar; a paz e a serenidade que se
enche dentro de mim é maior do que qualquer palavra, do que qualquer adjectivo
ou explicação rebuscada. Basta-me estar ao pé de todas aquelas espécies.
O meu pai, pode não ter sido a pessoa que mais me influenciou na minha devoção
à vida selvagem, mas foi sem dúvida, aquele que me mostrou pela primeira vez o
respeito e admiração que devemos ter pelos animais. Aprendi a ver os
documentários na televisão a preto e branco com ele; e a seguirmos de forma
imperdível a série “Daktari” na segunda metade dos anos 60’s, sobre uma clinica
veterinária em plena savana africana, inspirada no trabalho de campo real feito
pelo Dr. Harthoorn e a sua mulher em Nairóbi no Quénia. Ele orgulhava-se e
brincava que tinha feito uma fotografia rara de um Lama (Lama glama/1758) com duas cabeças; na realidade, eram duas que de
tão encostadas que estavam parecia uma só. Mesmo já no fim da sua vida, era normal
ele falar-me ao telefone de documentários de vida selvagem que tinha visto. Ele
foi, isso sim, determinante, neste e em muitos aspectos da minha vida.
Órix ou Órix-do-cabo (Oryx gazella/1758), ambos fotografados: a de cima em 2015, a de baixo 1981. A foto a preto-e-branco mostra uma fêmea minutos antes de dar a luz a cria. |
Na casa da minha avó materna onde passava as férias, grande parte das vezes
sozinho (isto é, sem os meus irmãos e os meus pais), entretinha-me a “criar o
meu mundo de biodiversidade” numa enorme gaveta de uma velha cómoda,
coleccionando todo o tipo de insectos vivos e plantas e ramos… Esperando que
eles ali habitassem naturalmente. A tristeza era sempre no dia seguinte quando
a maioria deles desaparecia “misteriosamente”.
Adquiri a minha primeira
enciclopédia comprada em fascículos (e que durou algum tempo a fazê-la) sobre
vida selvagem… “Os Filhotes” (edição brasileira), quando tinha 12 anos. Ainda
hoje guardo as minhas colecções de cromos de animais feitas talvez há 45/50 anos.
Contudo, esta influência
directa começou com maior consciência numa colecção de livros juvenis que ainda
hoje conservo e que li entre os meus 14 e os 16 anos: Os títulos começavam
geralmente com: “Uma Aventura…”, e era sobre dois jovens irmãos naturalistas.
Livros que contavam aventuras no reino animal ou no mundo natural.
Uma outra memória que me marcou já em meados dos anos 70’s, foi uma
história comovente e emocionante, sobre o “Toy”, um cão “Fox-terrie” (cruzado
entre pelo-liso e pelo-duro) que tivemos e que por vicissitudes da vida e das
nossas mudanças tivemos que dá-lo a uma família que já tinha alguns cães. Mais
tarde, soubemos que o casal se separou e os cães “desapareceram”. Anos mais
tarde, uma manhã passeava eu com o meu pai nas arribas das “Azenhas-do-Mar” em
Sintra, quando um cão de repente se enrola aos pés do meu pai e de seguida nos meus…
Era o “Toy”! O meu saudoso pai, emocionado quase que chorou ou chorou sem que
me apercebesse. Seguimo-lo na sua alegria saltitante até à sua nova residência
e família, falámos com a dona que aparentemente o tratava bem, tentamos ainda
convencê-la a nos dar o cão de volta, mas era injusto… Dava para ver que aquela
era a sua nova família.
Chitas (Acinonyx jubatus/1775), fotografadas em 1992). Este era o maior recinto gradeado para felinos. E mostra como evolui em alguma coisa o respeito pelos animais mesmo em cativeiro. |
Ainda na década de 70; surgem os meus primeiros trabalhos que envolvem a
percepção animal e a constatação de factores que viriam a tornar-se relevantes
para mim. Entre 75 e 76, escrevo os primeiros apontamentos detalhados sobre
duas espécies: Chita (Acinonix Jubatus/1775)
e o Leão (Panthera leo/1758). Os
desenhos de suporte foram feitos por Miguel Reis, um amigo/irmão de longa data.
Nesse mesmo período, no liceu, para efeitos de avaliação, construo em peças de
montar em madeira, uma cria de Lobo (Canis
lupus/1758); que acabou por se perder ao longo dos tempos. E é desta mesma
altura, o primeiro desenho com cerca de 60 cm de comprimentos, de um
Chimpazé-comum (claro, com significativas imperfeições técnicas que ainda hoje
o tenho guardado) que esteve exposto no meu quarto até casar; paredes que chegaram
a estar completamente forradas com imagens de animais.
O nosso pequenino “Zoo” privado, começa nesta fase. O apartamento com
quintal, a casa dos meus pais, transforma-se aos poucos num lar de animais.
Cães, gatos, periquitos, canários, rolas, peixes, tartarugas, ratos brancos
(laboratório), grilos, bichos-da-seda e já não me lembro se mais… Vão
transformando a vida dos meus pais, caótica. Chegava a entrar com eles debaixo
do casaco, para não ouvir da minha mãe os responsos do costume. Passado algum
tempo, ainda continuaram comigo por muitos anos os periquitos durante várias
gerações. Os gatos e os cães ainda hoje fazem parte da vida familiar.
Nesta altura, acontece-me uma outra história que vai definindo o perfil que
me molda em termos daquilo que sinto pelos animais. Um dos periquitos fêmea
começou a ficar debilitada, com o ventre demasiado dilatado. Levei-a a um
veterinário do bairro, que para mim, com uma surpreendente condescendência, diz-me
para a tapar bem tapadinha e deixá-la estar que não havia muito a fazer. Tinha
um ovo atravessado. Levei dois dias a dar-lhe de comer no bico e a massajar o
ventre com azeite e óleos amornados… Não me lembro se faltei às aulas, mas a
verdade é que consegui que o ovo desse a volta e saísse. Viveu ainda uns bons
anos.
Outro episódio curioso, mas igualmente estranho, aconteceu-me nestes anos.
Um dia jogava a bola no quintal da casa dos meus pais e a bola caiu no quintal
do vizinho. Desci para ir buscá-la. Quando estava atirá-la para o meu quintal,
o proprietário apareceu. Tinha um cão, um grande cão… o “ Nicky”, um Pastor
Alemão (ou cruzado) branco. Mandou-o atacar-me, e ele veio a correr na minha
direcção. Quando se aproximou de mim, pôs-me as patas enormes no peito e
começou… A lamber-me. Claro que, lhe fiz festas, depois saltei o muro
calmamente e vim-me embora. O dono é que não deve ter acho muita graça. É
verdade, que conversava com o cão muitas vezes, do alto do meu quintal para o dele;
isto deve ter tido alguma influência.
O Lince-Ibérico (Lynx pardinus/1827). Foto tirada em 2014, na única vez em 6 visitas que consegui observar um dos animais que mais marcou e marca a minha vida. |
O meu pequeno envolvimento, ainda estudante, na celebre campanha “Salvem o
Lince e a Serra da Malcata” em 1979; foi na altura uma curta realização
pessoal, porém, extremamente importante no desenrolar da minha consciencialização
do papel que pretendia neste campo para minha vida pessoal.
O destino tem desta coisas… Quis o destino, que durante o meu Serviço
Militar Obrigatório no inicio de 1980, fosse parar a “Escola Prática de Serviço
Veterinário Militar”, sem qualquer interferência da minha parte. Uma
experiência que me fez desistir de uma hipotética carreira de
médico-veterinário que me fora alimentada com muito carinho por um tio
veterinário. Confrontei-me com provas que me confirmaram que não era esta a
vertente para qual estava preparado, apesar da profissão nobre que é; pois
conheci grandes homens na sua dedicação. Todavia, foi um contacto com uma
realidade relevante neste percurso porque vi (participei uma ou outra vez) a
entrega destes homens em salvar animais e nos seus processos de recuperação,
tanto ao nível da saúde como comportamental. Acabou por me trazer aprendizagem,
e por sua vez conhecimento sobre a vida animal.
O caminho acreditava que era outro…
Chegam então as grandes influências da minha vida, e que vêm a determinar
um sonho e um desejo interior: a protecção e a conservação das espécies…
Charles Darwin e a série “A
Viagem de Charles Darwin” (1978), sobre a sua viagem abordo do “HMS Beagle”.
Levou-me a comprar e a ler as suas principais obras.
Félix Rodríguez La Fuente; a
série televisiva “O Homem e a Terra” (1974-1980) e a enciclopédia “A Fauna”,
que adquiri com muito custo, passou a ser uma referência.
Jacques Cousteau com a sua
série documental: “O Mundo Submarino” (1968-1976).
David Attenborough, para além
dos livros, a série “ A Vida na Terra” (1979) seria a primeira de muitas que
tenho seguido/gravado/comprado até hoje.
Desmond Morris com as suas
obras e a série “O Animal Humano” de 1994.
Isto, sem esquecer a força
que personalidades como Dian Fossey com os Gorilas-da-Montanha (Gorilla
beringei beringei/1914), Jane Goodall e os Chimpazés (Pan troglodytes/1776), Barão Hugo van Lawick através dos Mabecos
(Lycaon pictus/1820), Gerard Durrell e os Zoos. Todos eles tiveram em mim e na
forma como olho a vida, as sociedades ou a espécie humana, (etologicamente assemelhando
com o comportamento e a natureza animal) uma importância capital na minha
própria natureza humana.
O destino é imprevisível!
Depois dos cruzamentos com todos estes factos, o destino altera mais uma vez o
meu caminho profissional, depois de já o ter feito diversas vezes… Propõem-me
de novo uma experiência nova ligada à vida animal, e que me leva ao longo de 25
anos a trabalhar no universo da industria farmacêutica na saúde animal.
As últimas duas décadas
desta dedicação foram também passadas a ver e a gravar centenas de horas sobre
a vida selvagem (muitas delas ainda estou a converter em DVD). A recolher também
os mais diversos artigos e documentos sobre espécies, sobre a natureza e a
biodiversidade, zoologia ou botânica, antropologia e parques zoológicos.
Um Panda-vermelho (Ailurus fulgens/1825). Fotografo em 2015 |
A fotografia de animais (infelizmente,
só através de parques zoológicos) é uma continuidade há quase 40 anos. Mas não
deixa de ser um prazer sempre emocionante registar cada imagem pensando
exclusivamente na espécie, nos exemplares e no habitat em que se encontram… e
tenho captado muitas reacções, muitas “emoções”, muitos estados de vida… O que
me tornou uma pessoa mais atenta a tudo o que me rodeia; seja sobre a sociedade
em geral ou no mundo em que vivo, seja a vivência ou adaptabilidade aos
habitats onde os encontro… E isto, tornou-se no meu olhar sobre a vida.
O ano passado, numa das
minhas frequentes idas anuais ao Zoo de Lisboa, para fazer os meus trabalhos
fotográficos… Aproximei-me do vidro do recinto dos chimpanzés para ver se tinha
sorte em algum momento particular. O macho alfa foi-se abeirando do vidro ao
qual eu estava encostado, e sentou-se ao meu lado. Estivemos ali 15 a 20
minutos, olhando, interagindo com gestos curtos e serenos, quietos, mas sempre
encostados ombro com ombro. Sem movimentos bruscos consegui uma foto evasiva,
depois esqueci a fotografia… O momento era apenas para ser vivido tal e qual
como estava.
Hoje me dia, a concepção
deste blog há 3 anos é o culminar até à data, do melhor que consegui fazer até
agora. Muito longe do que gostaria de ter feito, mas um pouco mais perto da
realização pessoal do que me foi possível fazer ao longo destes anos na minha
relação com o mundo animal. O facto de ter um espaço onde possa desenvolver
qualquer actividade interventiva, educacional, de investigação e onde a
comunicação se centre em torno da vida animal já representa para mim a
concretização de uma parte do trabalho que sempre desejei. No fundo, é uma
forma de expressar o meu papel na defesa de uma causa que consciente ou
inconscientemente está dentro de mim desde que me conheço.
Existe, aliás sempre
existiu, uma empatia natural entre mim e os animais. Um dom sem rótulos,
somente um entendimento mútuo e a procura de uma compreensão mais profunda
sobre as nossas naturezas. Funciona simplesmente, pela afeição, pelos
sentimentos, pela necessidade, pela partilha do que eles me dão e do que posso
fazer por eles.
Os animais, e como eu… Não
pedimos muito! Eles, apenas o respeito e compreensão, e um pouco dedicação. Para
mim, basta-me saber que estão bem, que me trazem alegria, e que têm a minha
inteira devoção.
Sei que pode parecer uma
opção de vida descabida para muita gente. Sinceramente, não me incomoda. Não
peço a ninguém que compreenda ou que aceite. Não julgo nem crítico, deixo ao
livre-arbítrio de cada um. É verdade, que também não permito criticas ou
condenações, muito menos lições de “moral” ou teorias socio-comportamentais… Já
sou velho o suficiente para ter a perfeita consciência e a minha lógica
assimilada para acreditar nas escolhas que fiz e espero continuar a fazer. Os
animais tem sido parte integrante no equilíbrio que me tem permitido fazer tudo
o que fiz até agora tanto em termos pessoais como profissionais (estando
presentes todos os dias na minha vida), pode até nem ser muito mas tem sido o
bastante produtiva para que me sinta um homem no caminho da satisfação pessoal,
se não plena fica já bem perto disso.
(nota: as fotos expostas neste artigo que foram feitas mim, estão identificadas com data.)
Sobre estas fotos (que levantam algumas questões importantes)...
- O facto de tirar fotografias no Zoo de Lisboa há quase 40 anos, permitiu-me observar as melhorias adaptadas nos habitats (ou cercados) em que se encontram os animais em cativeiro, ao longo destas décadas (uma realidade mais visível, na última década e meia; e principalmente, graças às directivas europeias).
- Claro que, para qualquer defensor da causa animal, os animais presos ou condicionados num recinto, estão contra todas as leis naturais que defendemos... Contudo, esta condição, hoje muito mais do que no passado, deve-se à crueldade e irresponsabilidade do Homem, que para além disso, mostra uma forte ignorância sobre a condição e a existência humana. O futuro de muitas das espécies vai depender daquilo que vamos conseguir fazer na conservação "ex-situ"; isto ao ritmo com que as espécies se extinguem anualmente.
- Há quem discorde do sentido ou da necessidade pedagógica destes locais, ou de razão suficiente como argumento de conservação e preservação da fauna... Porém, a justificação existe e é cada vez mais pertinente. Mas isto, não invalida e exige inclusivé, um trabalho empenhado e absolutamente responsável, pelas condições dos habitats onde todas e qualquer espécie se encontram.
- Todavia, este é um assunto que irei desenvolver e abordar de forma mais profunda e com alguma regularidade, na rubrica "PARQUES E ZOOLÓGICOS".
Sem comentários:
Enviar um comentário