PROMOVER NA SOCIEDADE PORTUGUESA A DIVULGAÇÃO DE
ESPÉCIES RARAS E EM PERIGO DE EXTINÇÃO NO NOSSO TERRITÓRIO – Artigo 1.
Eis, a Águia-Imperial
Ibérica (Aquila adalberti, C.L. Brehm, 1861)
Esta é a águia
mais ameaçada da Europa. Espécie endémica do sudoeste da Península Ibérica.
Existem hoje, ou pelo menos até aos últimos censos de 2013, pouco mais de 400
casais. Em Portugal encontravam-se registados somente 11 casais, porém, o seu
crescimento tem sido acentuado nos últimos 3 anos de registos.
Classificada como
uma espécie “Vulnerável” pelo UICN (União Internacional para a Conservação da
Natureza), é contudo; uma espécie assinalada com o estatuto de “Criticamente em
Perigo” pelo Livro Vermelho dos Vertebrados em Portugal. Na década de 70 do
século XX, esteve mesmo extinta no nosso país.
Foi durante algum
tempo considerada uma subespécie da Águia Imperial-Oriental. Após estudos
genéticos confirmou-se diferenciações do seu ADN, tal como na sua morfologia, a
etologia desta espécie também ajudou a que a sua classificação fosse diferenciada
das restantes. É uma ave monogâmica. Não
emigra, é sedentária e territorial. Com uma postura de cerca de 5 ovos, para
eclodirem apenas 3 crias, infelizmente as condições adversas da sua
sobrevivência faz com que geralmente somente 2 dos filhotes consigam atingir a
idade juvenil.
A destruição do
habitat é sempre uma das principais causas dos riscos das espécies, esta ave
não foge a essa regra. As linhas aéreas de energia eléctrica são um dos grandes
problemas na mortalidade espontânea em 50% deste tipo de aves (médio e grande
porte), afectando sempre os mais juvenis. O envenenamento e a caça ilegal são
outra das responsabilidades na diminuição trágica deste efectivos. Tal como a
diminuição significativa das suas presas habituais que acabam por causar um desequilíbrio
dos ecossistemas associados, que por sua vez podem fazer parte da sua dieta
quando a cadeia alimentar sofre perturbações graves.
Alimenta-se
fundamentalmente de coelhos (tal como o tão ameaçado Lince-Ibérico). Porém, a
sua alimentação pode passar por lebres, pombos, outras pequenas aves, mesmo
roedores, e quando a escassez é maior pode ter que se sujeitar a necrofilia,
comendo outros cadáveres.
Majestosa. Tem uma
envergadura de voo perto dos 2 metros de comprimento, podendo mesmo excedê-lo. Com
uma altura até aos 80cm, pode pesar cerca de 2,7 a 2,8kg. Há registos de fêmeas
com perto de 3,5kg, visto serem um pouco maiores que os machos. A coloração é
de um castanho escuro acentuado por todo corpo, todavia, tem particularidades de
tons marcadamente brancos nos ombros e na parte superior das asas, também a zona
traseira da cabeça é clara quase branca.
Não é nada fácil
observar estas aves. Em Portugal ainda mais difícil. Mesmo assim, sabemos que locais
de sobreiros, azinheiras e recentemente incluem-se os eucaliptais, podem ser
habitats perfeitos para podermos ter a experiência magnifica de ver estas aves
na natureza. Ter em conta sempre a proximidade de locais abertos, semelhante a
planícies por perto, para a localização de presas são cruciais. Entre Outubro e
Fevereiro, são os meses mais favoráveis. No nosso território, zonas como: o
Parque Natural do Tejo Internacional, região de Barrancos, e os prados de
Castro Verde, constituem uma excelente referência. Em Espanha nas suas regiões autónomas,
como é natural pela sua maior dispersão, as zonas de nidificação: Castela-Mancha,
Castela-Leão, Andaluzia, Estremadura e a Comunidade de Madrid, são as grandes
referências ibéricas.
Com tudo isto,
tentando divulgar, a mensagem do quanto é importante envolvermo-nos e apoiarmos
estas causas, não posso deixar de agradecer e que todos devemos conhecer e reconhecer
o louvável trabalho feito pelo Grupo de Trabalho Ibérico da Águia-Imperial, do
Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. Como agradecer à EDP e à
compreensão dos caçadores que têm ajudado e facilitado todo este trabalho de preservação
e conservação.
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