Há noticias tristes que podíamos mudar
Não que seja uma notícia
que me tenha apanhado de surpresa; infelizmente, só vem a confirmar uma
evidência que já se tornara óbvia. Perante a contínua actividade desenfreada do
homem em destruir tudo o que suporta os ecossistemas que nos rodeiam e por
consequência a vida que compõem as estruturas de biodiversidade existentes no
nosso planeta…
Não é de estranhar que o
relatório “Living Planet”, produzido pela WWF (World Life Foundation) e pela
ZSL (Zoological Society of London) seja tão alarmante como é de facto.
Revelando dados que vêm ao encontro das grandes preocupações de todos aqueles
que olham o constante desequilíbrio ecológico como um grave risco para a própria
humanidade.
Os responsáveis mundiais e
governamentais de cada país (que têm acesso a dados e indicadores de forma privilegiada)
não perceberam a irresponsabilidade que é não olharem estes factos como um
alerta determinante para a sobrevivência de todos os seres que habitam o
planeta. Esta displicência ou a priorização dos lobbies há muito que já está a
ter consequências e efeitos transversais em todos os pontos da Terra; falta
começar a sentir a força desse impacto ao nível dos factores quotidianos da
sobrevivência da humanidade, só que quando isso for palpável, provavelmente,
será tarde demais.
A extinção em massa é uma realidade temporal recorrente ao longo da história da vida deste planeta. E ela nunca teve processo de evidenciação invisíveis; as razões sempre tiveram fundamentos explícitos. Só que esses períodos, não tiveram a inteligência da raça humana para os controlar; infelizmente, é esta mesma humanidade que está maioritariamente por detrás das causas deste drástico efeito. E isto para mim, só tem um retorno possível, que é a mobilização à escala global de todos aqueles que querem um mundo seguro e com qualidade para os seus filhos e posteriores gerações.
A guerra é uma loucura com
consequências dramáticas nas suas vitimas. As doenças e epidemias provocam
efeitos devastadores nas populações e famílias. As politicas levam ao desespero
o povo que no fundo é quem sustem as condições de sobrevivência dos homens
enquanto espécie… Estas e muitas outras causas têm sido fonte dos maiores
dramas que o ser-humano tem sofrido nos últimos quase 250 anos… Mas uma coisa é
certa, nada disto será comparável com o efeito de uma natureza destruída e sem
condição de se auto-regular ou de se renovar. Tudo o que precisamos para
sobreviver vem do equilíbrio ecológico do mundo e, sem isso, o desastre de uma hecatombe
humanitári fica cada vez mais evidente.
Então o que diz, o relatório
divulgado há um mês atrás?
Este estudo sobre a
globalidade da vida selvagem e da biodiversidade ecológica feito de dois em
dois anos, mostra-nos uma situação sem precedentes na história da Terra.
Das 3.700 espécies vertebradas
utilizadas como índice das condições de vida das 64.000 existentes indicam
hoje, que a vida animal nos seus habitats está ameaçada perigosamente. Tanto na
terra como no mar. Afectando de forma geral todas as regiões do mundo.
A razão principal é a
destruição das zonas selvagens e endémicas das espécies, devido ao
descontrolado avanço das áreas agrícolas e da expansão urbanística. Para termos
uma ideia actualmente, só 15% das zonas selvagens de todo o mundo ainda
permanecem a salvo. A caça furtiva e a exploração com fins alimentares estão a arrasar
a vida selvagem. Para termos uma ideia, uma boa parte das espécies ameaçadas
estão a serem dizimadas até à extinção, seja pela mortalidade seja pela destruição
dos seus refúgios naturais. Até á data, 58% das populações animais decresceram
e a este ritmo até 2020, este número pode chegar aos 67%. A poluição da
atmosfera como a poluição dos mares e rios produzem um dos maiores índices de
decréscimos das populações existentes, para termos uma ideia; os mares perderam
nos últimos 46 anos, 81% dos seus efectivos populacionais. A própria poluição
industrial está a ser responsável por factores determinantes na ameaça ou mesmo
na extinção de espécies, através de poluentes químicos e componentes
farmacológicos e isto é gravíssimos pois de forma indirecta pode chegar aos
nossos organismos.
O colapso da vida natural,
dos seus ecossistemas e da biodiversidade neles existentes terá,
inevitavelmente, um impacto bem para lá daquilo que já está calculado e
comprovado do ponto de vista cientifico. Alimentação, os bens naturais de
utilidade humana, alterações climáticas e alterações geográficas podem trazer
como consequência nefasta numa primeira linha a estabilidade humanitária e depois a
própria sustentabilidade. Isto sem medir o imprevisível que nunca é possível de
equacionar na sua magnitude.
Poderia apregoar o que a
todas as organizações e movimentos ambientalistas defendem e com razão; as
questões da mudança nos hábitos de consumos, actividades e práticas das
sociedades em geral, ou uma criminalização severa e exemplar da caça furtiva, o
controle eficaz da industria madeireira, e alterações mais eficazes da lei com exigência
do cumprimento por parte dos governos nesta defesa... São programas que devem
estar permanentemente em cima da mesa na discussão desta matéria… Porém, não
invalidando tudo isto, a minha opinião vai num sentido da prevenção cultural;
informativa e educativa para que se torne um pensamento pedagógico.
Defendo que este pensamento
sobre a preservação natural do planeta seja uma componente exigente de uma
disciplina obrigatória que vá desde o pré-escolar ao fim da escolaridade
obrigatória. Acredito, que os jovens com a sua imaginação e criatividade podem
ensinar, orientar e até intervir proactivamente em novas atitudes e práticas
surpreendentes; basta que se proponha o estimulo e o desafio. A isto juntava, um plano de
organização cívica escolar e interescolar premiando as médias menos favorecidas
das disciplinas no ano lectivo… e isto, substituindo cadeiras que há muito que
deviam ser facultativas. A comunicação social e os media em geral, para terem
premissas e facilidades comerciais tinham que demonstrar a sua quota parte de intervenção
pedagógica na comunicação de ideias e debates. As empresas publicas e privadas,
colectivas e unipessoais, beneficiariam de deduções fiscais e acções promotoras
por parte dos órgãos estatais que tutelam estas competências O povo e os eleitores
deviam exigir ao estado e qualquer estância politica uma intervenção constante
sobre a defesa do património natural, animal, e na intervenção social; não me
lembro nas quase últimas duas décadas de algum politico discutir num âmbito nacional
sobre qualquer problema sério de conservação e preservação de habitats como
sobre qualquer programa nacional de protecção social dos mais desfavorecidos.
A questão para mudar o
destino do fim da sustentabilidade do planeta, depende única e exclusivamente,
de uma mudança de mentalidades e do paradigma dos homens que se baseia quase
num sentido único da cultura do poder, do
dinheiro, na personalidade egocêntrica, do sucesso individualista, no maniqueísmo
religioso e instrumentalizador. Nada se faz em prol de outros sem qualquer seja
a espécie de retorno compensatório e é esta a cultura de pensamento que tem de
mudar para um Planeta de qualidade de que os nossos filhos, netos, bisnetos e
por aí fora se orgulhem do mundo em que vivem.
ESCOLHI COMO ÚNICA REPRESENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DESTE ARTIGO...
UM DOS SIMBOLOS MAIS RECENTES DA EXTINÇÃO; que por detrás deste trágico desfecho tem a influência directa e indirectamente... Do homem!
George, o solitário. Uma tartaruga-gigante. Tartaruga-das-Galápagos-de-Pinta (Chelonoidis nigra abingdoni), classificada em 1877. Uma subespécie da tartaruga terrestre das ilhas Galápagos. Endémica da ilha de Pinta e que vagueou durante vários anos como o último exemplar da sua espécie. George morreu a 24 de Junho de 2012, de causas provavelmente naturais. Calcula-se que tivesse entre 100 a 130 anos, sempre foi dificil de precisar a sua idade, visto que quando foi descoberto em 1972 já teria entre 60 a 90 anos. Apesar de ter acasalado algumas vezes, nunca conseguiu descendência, os ovos resultantes eram inferteis.
ESCOLHI COMO ÚNICA REPRESENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DESTE ARTIGO...
UM DOS SIMBOLOS MAIS RECENTES DA EXTINÇÃO; que por detrás deste trágico desfecho tem a influência directa e indirectamente... Do homem!
George, o solitário. Uma tartaruga-gigante. Tartaruga-das-Galápagos-de-Pinta (Chelonoidis nigra abingdoni), classificada em 1877. Uma subespécie da tartaruga terrestre das ilhas Galápagos. Endémica da ilha de Pinta e que vagueou durante vários anos como o último exemplar da sua espécie. George morreu a 24 de Junho de 2012, de causas provavelmente naturais. Calcula-se que tivesse entre 100 a 130 anos, sempre foi dificil de precisar a sua idade, visto que quando foi descoberto em 1972 já teria entre 60 a 90 anos. Apesar de ter acasalado algumas vezes, nunca conseguiu descendência, os ovos resultantes eram inferteis.
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