LINCE-DO-CANADÁ
Canadian lynx
A última das espécies de Linces,
que faltava descrever. Talvez aquela que menos clara enquanto espécie parece
ser. Aquela que motiva ainda alguma discórdia entre os taxonomistas e os
biólogos da vida selvagem. De acordo, com a lógica cientifica usada para classificar
outras espécies semelhantes, mas que habitam diferentes partes da terra
(incluindo, continentes); tudo indica que estamos perante uma espécie demarcada
das restantes. A morfologia, a etologia e na sequência de alguns estudos, a
própria genética, levam-nos a considerar que a identificação do Lince-do-Canadá
está correcta e que evoluiu da sua origem para a sua separação enquanto
espécie. Principio este, que teve a sua base zoológica inicial (ao que se crê),
no continente africano. Numa espécie ancestral (de que já falei em outros
artigos sobre o lince) há cerca de 4 milhões de anos (e que habitava a Europa
apesar da sua origem remontar, ao que parece, a África) … o Lince-de-Issoire (Lynx Issiodorensis), o principal
antepassado de todos os linces. Já agora e para não esquecer, como já também
referi em outros artigos, que o Lince-do-deserto (conhecido como Caracal), não
é um lince. Pertence a um género diferente, do qual é a única espécie
conhecida. Algumas parecenças parecem óbvias, mas na realidade é uma outra
espécie de felino.
Como referenciei, no artigo sobre
o Bobcat (Lince-Vermelho), o Estreito de Bering, foi também a região que
permitiu a esta espécie mudar de paragens e se fixar (e evoluir) afastado das
restantes espécies, embora seja caso certo que durante um largo período de tempo
tenha partilhado territórios com o Lince-vermelho; o que não invalida que numa
extensão como o território americano isso não possa acontecer ainda em alguns
estados. Até porque os estudos parecem ser muito precisos na hipótese, de ambas
as espécies terem deferido de populações migratórias do Lince-euroasiático;
tendo numa primeira fase povoado mais a sul o continente americano dando origem
ao Lince-Vermelho (visto que, o norte há mais de 20 mil anos estava coberto por
uma longa extensão glacial), e mais tarde com o fim da última era glaciar novas
populações migratórias da Europa vieram a fixar-se no extremo norte da América,
ainda que adaptando-se à adversidade climática destas regiões, e foram
provavelmente estas, que originaram o Lince-do-Canadá enquanto espécie.
O Lince-do-Canadá (com a
dominação cientifica de: Lynx canadensis,
e descrita em 1792) tem como habitat o Canadá na maioria do seu território e o
norte dos EUA (estados como: a Norte de Maine e New Hampshire, Nordeste do
Minnesota, Noroeste de Montana, Nordeste de Idaho, Washington,
Yellowstone/Wyoming, e no Colorado; após reintrodução, no fundo é provável a
sua ocorrência em cerca de 24 ou 25 dos seus estados). É verdade que muitas
destas regiões, incluindo o Alasca, são resultado da reintrodução da espécie,
porém, hoje o seu habitat espalha-se (ainda que por forma indefinida) pelas
regiões mais inóspitas do continente americano, desde o Alasca, Canadá e das
Montanhas Rochosas até ao Novo-México; é talvez por isto mesmo, que seja também
conhecido como o Lince-americano.
Habita biomas típicos, como as
florestas boreais, mas também a tundra e montanhas elevadas e rochosas, onde a
sua morfologia se adapta melhor e permite que a sua sobrevivência esteja mais
assegurada. Apesar da extensão do território geral da espécie ser abrangente,
evita a proximidade com o mundo dos homens, optando pelas áreas com características
mais inóspitas, circunscrevendo cada território de caça ou residente a uma área
que varia dos 15 aos 50 km2. A sua morfologia evolui neste sentido; a coloração
amarelada mesmo arruivada nas regiões inferiores e membros, e os tons castanhos
mesclados de cinzento claro variam tanto como as manchas negras e pintalgadas
que caracterizam a espécie (que podem ser riscadas, redondas ou praticamente
invisíveis à distancia e a olho nu), estes padrões escurecem ou são mais
claros, por vezes, consoante a regiões que habita. Os pelos nas pontas são
brancos o que lhe dá um aspecto esbranquiçado. Tal como a densidade do pelo;
bastante farta em alguns indivíduos com os tufos de pelos laterais bem
marcantes formando um leque de pelos caracterizados por uma risca escura que se
perlonga até a extremidade de ambos os lados. O mesmo define a cauda curta que
normalmente termina num tufo preto na extremidade. Os típicos tufos pontiagudos
das orelhas triangulares são semelhantes entre as espécies de linces e
antecedem o contorno a negro das orelhas. No inverno, a pele torna-se tão
densa, que pode formar uma longa barbicha branca abaixo do focinho. Por debaixo
deste casaco forte de pelo, a pelagem é normalmente branca, mas também podem
evidenciar algumas manchas escuras. Há uma distinção clara entre a pelagem de
verão e de inverno, nas estações mais quentes as evidencias típica que definem
a espécie sobressaem. As patas são robustas e fortes, com uma pelagem espessa que
as cobre; os estudos indicam que podem mesmo suportar o dobro do seu peso. Os
membros posteriores são mais altos do que os inferiores, dando-lhe um andar
característico pela inclinação e postura do corpo, mas é uma morfologia
adaptada principalmente, devido à tipologia de caça e presas de que se
alimenta.
Este é um lince de porte médio,
talvez em média, com um tamanho que deverá ser sensivelmente metade das
proporções que terão os Linces-euroasiáticos, e que na generalidade as suas
medidas não diferem muito entre todos os exemplares da sua espécie,
independentemente das regiões mais a norte ou a sul. Mede em média cerca de
65/67 a 100/106 cm de comprimento, e com uma altura até aos ombros de 48/49 a
55/56 cm, a cauda não ultrapassa os 15 cm e peso médio pode atingir os 11
(podendo chegar aos 15 ou um pouco mais) kg.
O Lince-do-Canadá é um pouco
maior do que o Bobcat (Lince-vermelho), mesmo a sua tonalidade na parte
superior do lombo é mais escura e as riscas mais difusas com a pelagem mais
espessa, até a cauda é bem mais curta. Porém, nem sempre se conseguem
distinguir numa observação breve, é preciso ter em conta que por vezes os seus
territórios se cruzam, e só um conhecimento adequado da sua morfologia ajuda a
identificar um e o outro. Bom, os tufos característicos das orelhas são maiores
do que os do Bobcat, tal como os membros posteriores e inferiores. Contudo, o
seu tamanho pode ser quase metade do Lince-euroasiático.
É um predador muito eficaz, com
uma dieta alimentar muito especifica, que por norma está centrada em pequenos
animais, sejam eles mamíferos ou aves. Como a maioria dos felinos move-se em
silêncio, no caso do Lince-do-Canadá, as patas largas e almofadadas
permitem-lhe que o resultado dos seus ataques seja na maioria dos casos
bem-sucedidos. As garras afiadas são totalmente retrácteis fazendo com que a
sua agilidade e rapidez aumente. Os dois dedos mais desenvolvidos estão bem
afastados e o maior funciona como garra ou gancho para agarrar melhor na neve. A
dentição é uma evidência da maioria dos carnívoros, com 4 caninos precisos (bem
separados da restante dentição) e ligados a nervos sensíveis aumentam a
eficácia de um ataque rápido e quase instantaneamente fatal, possui ainda
outros 4 dentes pré-molares chamados carnássios, que servem para cortar ou
rasgar a carne em pequenos bocados antes de engolir; como todos os linces
possui ao todo 28 dentes. Como, em geral, não consegue consumir ma totalidade
toda presa, se este for de médio porte, ao mesmo que seja um roedor de tamanho
médio, é comum cobri-la e voltar mais tarde para comer.
Como todos os outros linces, esta
espécie não foge à regra; é um animal solitário e esquivo. Procurando a
companhia das fêmeas no período de acasalamento (esta área pode ser povoada por
2 ou mais fêmeas), que ocorre entre março e maio. O contacto é feito através da
disponibilidade das fêmeas, visto que o cio dura apenas alguns dias; as marcas
de urina nos locais onde os machos já as deixaram são uns dos sinais, as fezes
também são outros dos indícios, tal como as marcas das garras nos troncos das
árvores. A gestação das fêmeas dura perto ou pouco mais de 3 meses (50 a 70
dias). Os partos ocorrem entre maio e junho, em tocas nas rochas ou buracos
abertos de troncos já envelhecidos ou mortos. Nascem regra geral, 2 a 4 crias;
só muito esporadicamente este número é maior… e é preciso ter em conta que as
fêmeas só possuem 4 mamilos, o que poria em causa a forte probabilidade de
sobrevivência de todas as crias. A natalidade nos felinos é sempre elevada. Estes
números relativos ás ninhadas também pode variar consoante abundância de lebres
nessa estação, apesar de pouco comum as crias podem chegar a 5 ou 6 “gatinhos”.
Pesam pouco mais de 200 gr. Começam a sair da toca por volta das 5 semanas.
Integram as caçadas entre os 7 e os 9 meses. Tornam-se adultos ou independentes
por volta dos 10 ou 12 meses, perto do ciclo reprodutor seguinte da
progenitora. Contudo, a maturidade sexual dos machos só se dá perto dos 33
meses e a fertilidade nas fêmeas nos 21 meses. A esperança de vida é em média de
14 anos em cativeiro, em liberdade esta longevidade é bem menor, é um valor muito
impreciso, pois as causas de mortalidade são muito variadas, que para além do
homem, o seu maior predador, também Lobos, Coiotes e mesmo Pumas podem entrar
nas contas da depredação desta espécie, isto sem contar com as limitações
causadas no ambiente ou na disponibilidade de presas.
Ao contrário do Lince-Euroasiático e numa semelhança com o Lince-Ibérico, esta espécie tem na sua dieta (desde dos 60% até poder chegar a representar 97% da alimentação) praticamente uma exclusividade de presa: a lebre-americana (Lepus americanus /1777), ao ponto de as populações poderem ser afectadas consoante a densidade deste lagomorfo da família dos Leporídeos (um ciclo de decréscimo que parece acontecer a cada dez anos). Em média, o lince precisa de caçar uma lebre, dia sim dia não, ou de dois em dois dias, para manter a capacidade enérgica; e estes números só se alteram salvo se existirem crias para alimentar. Precisa de consumir uma média de 600 a 1200 gr de carne por dia… em geral. Só a escassez desta presa, obriga este felino a procurar presas como pequenas aves, roedores (o esquilo-vermelho é a presa preferencial, nestes casos) ou mesmo peixe; herbívoros (ungulados como veados, corços ou inclusive crias ou jovens renas) só entram na dieta se forem presas fáceis (crias, velhos, debilitados ou mesmo doentes); há registos que confirmam em situações excecionais e de oportunidade, podem inclusive alimentar-se de carcaças. Uma das curiosidades desta espécie em relação às restantes, é o facto de poder ocasionalmente caçar em família ou seja; a progenitora e as crias já crescidas interagem em conjunto (num estudo a que tive acesso indicava que a mãe conduzia a respectiva presa na direcção das crias, sendo estas que desferiam o golpe final), e com dados que indicam um sucesso nas caçadas maior do que quando actuam sozinhos. Como a maioria dos linces, são exímios na forma como caçam; tendo como alvo a garganta estrangulando a presa, a nuca ou apertando o focinho até esta sufocar. Todavia, usam por natureza, a surpresa e a emboscada, como estratégia mais comum… pois, são muito hábeis e ágeis no terreno, por mais agreste que este seja. Todavia, apesar de muito rápido no arranque quando disfere o ataque, não consegue manter uma perseguição durante muito tempo. Excelentes nadadores e trepadores. Devido à extraordinária visão do lince, no caso desta espécie prefere desenvolver a sua actividade no período noturno, o que não quer dizer que não tenha acção diurna, nem que seja nas deambulações e marcações territoriais como na época de acasalamento. Há dados que garantem que este predador consegue detectar uma presa, como um roedor, a 75 metros de distância; o que é extraordinário. É um felino que pode percorrer com naturalidade perto de 10 km diariamente. Mas esta questão sobre a área territorial, é subjectiva; até porque, apesar do território variar de 11/15 a 50 km2, isto de acordo com estudos sobre rastreamento das pegadas na neve ou no terreno; outros processos usados como as coleiras com rádio de telemetria dão dados muito mais elevados e que podem com facilidade ultrapassar os 300 a 600 km2, contudo, na minha opinião é preciso ter em conta, nestes casos, a etologia de cada animal, visto que o lince por natureza pode também ser um animal errante (isto é, sem território definido; mesmo sabendo-se que prefere fixar-se em locais que lhe ofereçam protecção e uma certa “invisibilidade” aos seus predadores comuns). Contudo, existem estudos que não podem servir de referência determinante, mas que indicam que nas áreas periféricas dos seus territórios geográficos tradicionais as populações podem atingir os 45 indivíduos numa extensão de 100 km2, se abundancia de lebres for significativa. Senão, ficam-se pelos perímetros já descritos (nos adultos, em média, uma fêmea a cada 25 km2 para um macho com cerca de 50 km2).
Ao contrário do Lince-Euroasiático e numa semelhança com o Lince-Ibérico, esta espécie tem na sua dieta (desde dos 60% até poder chegar a representar 97% da alimentação) praticamente uma exclusividade de presa: a lebre-americana (Lepus americanus /1777), ao ponto de as populações poderem ser afectadas consoante a densidade deste lagomorfo da família dos Leporídeos (um ciclo de decréscimo que parece acontecer a cada dez anos). Em média, o lince precisa de caçar uma lebre, dia sim dia não, ou de dois em dois dias, para manter a capacidade enérgica; e estes números só se alteram salvo se existirem crias para alimentar. Precisa de consumir uma média de 600 a 1200 gr de carne por dia… em geral. Só a escassez desta presa, obriga este felino a procurar presas como pequenas aves, roedores (o esquilo-vermelho é a presa preferencial, nestes casos) ou mesmo peixe; herbívoros (ungulados como veados, corços ou inclusive crias ou jovens renas) só entram na dieta se forem presas fáceis (crias, velhos, debilitados ou mesmo doentes); há registos que confirmam em situações excecionais e de oportunidade, podem inclusive alimentar-se de carcaças. Uma das curiosidades desta espécie em relação às restantes, é o facto de poder ocasionalmente caçar em família ou seja; a progenitora e as crias já crescidas interagem em conjunto (num estudo a que tive acesso indicava que a mãe conduzia a respectiva presa na direcção das crias, sendo estas que desferiam o golpe final), e com dados que indicam um sucesso nas caçadas maior do que quando actuam sozinhos. Como a maioria dos linces, são exímios na forma como caçam; tendo como alvo a garganta estrangulando a presa, a nuca ou apertando o focinho até esta sufocar. Todavia, usam por natureza, a surpresa e a emboscada, como estratégia mais comum… pois, são muito hábeis e ágeis no terreno, por mais agreste que este seja. Todavia, apesar de muito rápido no arranque quando disfere o ataque, não consegue manter uma perseguição durante muito tempo. Excelentes nadadores e trepadores. Devido à extraordinária visão do lince, no caso desta espécie prefere desenvolver a sua actividade no período noturno, o que não quer dizer que não tenha acção diurna, nem que seja nas deambulações e marcações territoriais como na época de acasalamento. Há dados que garantem que este predador consegue detectar uma presa, como um roedor, a 75 metros de distância; o que é extraordinário. É um felino que pode percorrer com naturalidade perto de 10 km diariamente. Mas esta questão sobre a área territorial, é subjectiva; até porque, apesar do território variar de 11/15 a 50 km2, isto de acordo com estudos sobre rastreamento das pegadas na neve ou no terreno; outros processos usados como as coleiras com rádio de telemetria dão dados muito mais elevados e que podem com facilidade ultrapassar os 300 a 600 km2, contudo, na minha opinião é preciso ter em conta, nestes casos, a etologia de cada animal, visto que o lince por natureza pode também ser um animal errante (isto é, sem território definido; mesmo sabendo-se que prefere fixar-se em locais que lhe ofereçam protecção e uma certa “invisibilidade” aos seus predadores comuns). Contudo, existem estudos que não podem servir de referência determinante, mas que indicam que nas áreas periféricas dos seus territórios geográficos tradicionais as populações podem atingir os 45 indivíduos numa extensão de 100 km2, se abundancia de lebres for significativa. Senão, ficam-se pelos perímetros já descritos (nos adultos, em média, uma fêmea a cada 25 km2 para um macho com cerca de 50 km2).
Em matéria de subsistência
alimentar, há ainda um dado importante que importa revelar; o seu maior
adversário é também um dos predadores de topo; falamos do Coiote, este canídeo alimenta-se
igualmente da sua principal presa e sendo mais numeroso, influencia as
populações existentes deste lagomorfo (apesar de caçar números mais elevados,
não quer dizer que seja mais eficaz), a conflitualidade entre ambos também
determina alguma desvantagem para o lince.
Um facto de nota: A hibridização do Lince-do-Canadá acontece como em outras espécies com semelhanças morfológicas, neste caso dá-se com o Lince-vermelho, pela proximidade geográfica (casos conhecidos no Maine, Minnesota e New Brunswick). Porém, esta relação, parece não ocorrer nos territórios a sul.
A conservação da espécie, continua a ser alvo de debate entre a entidades oficiais, seja pelas instituições de preservação da vida selvagem ou pelos “ditos” organismos de conservação da natureza americanos. Nos EUA, esta discussão é já antiga, pois organismos como a US Fish & Wildlife Service têm uma postura pouco consentânea com a defesa da fauna selvagem, mais interessado em defender os lobbies e interesses financeiros e políticos do que proteger o fim a que se destinam. A avaliação das populações e dos seus estatutos de conservação são quase sempre contrários aos estudos vinculados pela IUCN, a WWF ou outras entidades creditadas nestas matérias. O Lince-do-Canadá não foge à regra, como o Lince-vermelho, o Lobo-cinzento, o Puma, o Urso-pardo e tantos outros. Só para se ter uma ideia, o Lince-vermelho pode ser caçado em 38 estados americanos e 7 províncias do Canadá (há 10 anos atrás foram autorizadas pelas autoridades americanas as exportações de mais de 50 mil peles, tornando-o no felino mais caçado do mundo). Ao passo que, o Lince-do-Canadá pode ser caçado em todos os lugares do Canadá (excepto na Nova Escócia e na província de Nova Burnswick, onde é protegido devido ao seu estatuto em perigo de extinção), e no EUA esta permissão só é consentida no Alasca (apesar da óptica americana, este animal devia não constar da lista de espécies protegidas para poder ser caçado sem problemas). Já o Lince-euroasiático só pode ser morto na Rússia (o único país que permite o seu abate para o comercio de peles). Felizmente, que na Península Ibérica, é completamente ilegal a caça ou a captura de qualquer Lince-Ibérico, também é verdade que falamos do felino mais ameaçado do mundo (apesar de que isto na prática… vale o que vale!). No fundo, estas espécies são todas alvo da cobiça, interesses primários e da natureza sanguinária do homem. Basta saber, que a maior ameaça à sua conservação, reside nas quotas determinadas todos os anos para se saber quanto exemplares “podemos” matar; se a população de lebres decrescer, então não se matam tantos, mas se as populações estiverem estáveis, então os índices podem ser elevados de novo. Como se não bastasse a industria madeireira, os fogos ou a expansão urbana para por já em causa a subsistência das espécies. Isto para não falar da atrocidade indescritível que representa a caça por armadilha; o sofrimento de qualquer animal apanhado neste processo é mais doloroso que qualquer outra morte violenta. A reintrodução de exemplares na natureza vai sendo feita em projectos pouco representativos em termos de resultados efectivos, um dos dados que se sabe é que entre 1999 e 2006, foram libertados 218 linces no sul das Montanhas Rochosas, mesmo com a reprodução destes indivíduos a progressão desta população não foi conclusiva.
A insistência contínua, e já este
ano, em Janeiro, as entidades oficiais de vida selvagem americana solicitaram e
estão a preparar um documento para que a espécie seja retirada da lista de
protecção que vigora na sua defesa desde 2000, alegando que a espécie não se
encontra em perigo. Ou seja, é invocar
um estatuto à força para puderem ser abatidos. O facto da classificação do seu
estatuto de conservação pelo IUCN, indicar LC – Pouco Preocupante… Isto não
deveria implicar que a espécie fica sujeita à caça. Esta classificação, para
além disso, em termos de espécies, é sempre subjectiva; pois as populações
nestes casos, dependendo das circunstâncias anuais, podem ser tornar
flutuantes, e de um momento para outra em determinadas áreas poderão ficar
ameaçadas, o que automaticamente provocará um desequilíbrio ecológico e
ambiental nesse ecossistema. Isto, sem esquecer, que a partir do momento em que
a espécie fica exposta pela falta de protecção legal, os riscos são
exponenciais para que rapidamente estas populações fiquem em situação
vulnerável. É o que tem acontecido na maioria dos casos, hoje em dia, de
espécies que se encontram em perigo de extinção; em todos os continentes, mas principalmente,
no continente americano. Para pudermos ter uma ideia como os estados e os
governos ou entidades oficiais, e estudos funcionam, no Canadá ou EUA; a
evolução das populações é estimada em número de peles capturadas pelos
caçadores, o que diz tudo sobre como se olha para a vida selvagem e a fauna
nestes países. A hipocrisia dos estados está bem patente nestes exemplos; até
quando condenam os outros pelas mesmas práticas (e não são alguns decretos e
regulamentações emanadas aos caçadores em relação às regras com as armadilhas
que minimizam o pouco relevo que têm os programas de protecção às espécies,
como também se verificam no caso do Lince-do-Canadá). Mas é assim, que as
grandes nações defendem os interesses e a diversidade ou o equilíbrio do
planeta.
Classificação cientifica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Subordem: Feliformia
Familia: Felidae
Subfamília: Felinae
Género: Lynx
Espécie: Lynx canadensis
Subespécies:
Lynx canadensis canadensis/1792
Lynx canadensis subsolanus/1897 (esta subespécie é
endémica da Terra Nova / Labrador)
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