EXTINCTION - A SAD LEGACY TO OUR CHILDREN
(The Last ONE)
O ÚLTIMO
Moa (1) |
Dodó (2) |
A extinção, é na verdade por definição, um fenómeno biológico único. Já em
termos ecológicos, pode estar associado a várias causas. Aliás, ao longo da
história do planeta Terra, nunca foi um acontecimento fácil de diagnosticar em
todas as suas exactas razões causais. Se por um lado, os fenómenos naturais têm
no tempo influenciado as alterações da vida na Terra no sentido da sua evolução
e adaptação, não é menos verdade, que esta consequência inevitavelmente acaba
por fazer desaparecer a anterior forma de vida original por força da não
multiplicidade dessa espécie. Por outro lado, o efeito análogo desta
consequência, é também o impacto na biodiversidade dessa região, onde o
desaparecimento de uma espécie causará um profundo desequilíbrio no ecossistema
existente, ao ponto de potenciar o risco de conservação ou equilíbrio de
algumas espécies nessa cadeia alimentar estruturada.
Porém, a extinção de espécies nos últimos 600 anos, tem
tido implícito um factor que não consigo conceber e muito menos aceitar: o
Homem. Se entendo a luta pela sobrevivência, e se compreendo a subsistência
pela necessidade alimentar, já não posso justificar o extermínio deliberado
pela apetência do homem em satisfazer o seu ego da prepotência sobre os outros
seres, sempre de forma cobarde e desproporcionada.
Este estudo pretende através de um artigo genérico,
abordar as questões ligadas à extinção. Falar igualmente, na sua medida, sobre
factos que me tem feito reflectir estes anos de como podemos inverter ou
delimitar o perigo que correm as espécies ameaçadas ou aquelas em crescente
risco de virem a ser uma inevitabilidade... Mais tarde ou mais cedo, perante o
actual quadro do comportamento humano, diria que quase todas elas correm essa
vulnerabilidade.
Antes de mais, vamos olhar para a extinção numa breve
síntese histórica.
A extinção de espécies teve até agora duas grandes Eras
biogeográficas temporais no que respeita à distribuição e existência da vida
animal, que poderemos dizer; com um desaparecimento em massa. O mais importante
e aquele que melhor está documentado, obviamente pela proximidade, foi na Era
do Mesozóico. Esta Era, define-se regra
geral por dois grandes períodos: Triássico
e o Cretáceo. Entre este dois surge
um período determinante para a história do reino animal: o Jurássico. Falamos de aproximadamente: 5 milhões de anos, com o
maior período de tempo no Triássico (4
M. anos). É nesta Era que a vida se desenvolve de maneira a termos hoje uma
melhor percepção do que é a evolução e a adaptabilidade das espécies. Em termos
climáticos este é o tempo que medeia a mudança de uma terra quente e seca para
um clima mais húmido e chuvoso e de maior frequência nas alterações climáticas,
permitindo que a vegetação se renovasse, se desenvolvesse, se tornasse
exuberante e abundante, fazendo com que os herbívoros proliferassem adaptados à
evolução dessa nova biodiversidade… e com isto, deu-se o espaço para surgirem
os grandes carnívoros e predadores. É o grande período Jurássico… no tempo dos nossos conhecidos dinossauros… que durou
até há 65 milhões de anos, quando um ainda muito discutido fenómeno natural - e
que não vou aqui teorizar sobre essa questão que nos levava a uma outra longa
subjectivação -, os extinguiu já mesmo no
período final do Cretáceo.
T.Rex, na sua dimensão projectada. |
Em resumo, no Triássico
dá-se a primeira fase desta extinção em massa com a mudança das condições
climáticas e geográficas, por aquilo que conhecemos como o fim do Pangea; a fragmentação de um único e
grande continente terrestre. Com a chegada do Jurássico, a vida reinventa-se de novo, como só a natureza sabe
fazê-lo… e o reino animal e vegetal, tanto no mar como na terra multiplica-se,
desenvolve-se, adapta-se e evolui. É no fim deste período que surgem os acontecimentos
que levam às teses sobre a extinção de grande parte das espécies na passagem do
Cretáceo para o Terciário. Mas a natureza é assim mesmo… da grande tribulação
climática, geográfica ou geológica nem todas as espécies foram totalmente
afectadas; alguns répteis e diversos anfíbios resistiram ao tempo, e os
mamíferos de menor porte ou as primeiras aves, para além de grande parte dos
insectos e invertebrados deram a partir do fim desta Era um sentido claro à
explicação da evolução das espécies.
Quanto à primeira grande Era de extinção em massa, deu-se
no Paleozóico, na Era precedente ao Mesozóico, com um tempo geológico de 300
milhões de anos. Esse fenómeno ocorreu no período Pérmico ou Permiano, o
último período desta Era. Mesmo presumindo que terão existido cerca de cinco
grandes extinções ao longo da história da Terra, são estudos que nos levam a
conjecturar com alguma fundamentação nos dados geológicos e na paleontologia
que, nesta época terá acontecido a maior destruição e extinção da vida no
planeta desde que ela se desenvolveu pela primeira vez. Calcula-se que entre os
90 e 93% da vida terá desaparecido, na maioria espécies e formas invertebradas
marinhas.
Termino esta sumula sobre os primeiros processos de
extinção antes da presença humana. Falemos então agora brevemente de um período
em que a presença dos nossos primeiros antepassados directos, na forma
hominídea até ao Homo erectus,
surgiram e influenciaram por acção directa e por consequência também de forma
indirecta o desaparecimento de cerca de 30% das espécies de mamíferos
existentes, para além de uma eventual significativa percentagem de géneros de
aves; visto serem os dois grupos mais ameaçados pelos nossos antepassados
pré-históricos neste período. Este é o Pleistoceno,
o período que decorreu até há pouco mais de 11.000 anos atrás. Mesmo tendo em
conta as alterações climáticas e a definição das grandes regiões glaciares e
das diversas extensões de terra interglaciais; a caça e a dispersão geográfica
por influencia da presença destes seres, e predadores dominantes… causaram pelo
extermínio e pelo desequilíbrio dos ecossistemas ou das cadeias alimentares o
desaparecimento da chamada Megafauna (espécies
antepassadas das existentes hoje em dia e de porte bem maior), em espécies como: Mamute (Mammuthus primigenius); Tigre-dente-de-sabre
(Smilodon sp.); Perguiça-gigante (Eremotherium
laurillardi); Urso-das-cavernas (Ursus spelaeus); Rinoceronte-lanudo
(Coelodonta antiquitatis); Alce-gigante (Megaloceros
hibernicus)… claro que a lista é
muito maior e muito mais diversificada em espécies.
Por mais duro, mais difícil, mais inaceitável que seja… o
Homem, é o único animal conhecido que conseguiu (e continua a fazê-lo) causar e produzir efeitos no
desaparecimento da vida animal. É por isso, sem dúvida, o agente mais poderoso
no processo da extinção de espécies. Só para termos uma ideia e sustentar esta
afirmação, basta olhar os números de uma pesquisa global que relata mais de 800
espécies extintas nos últimos 500 anos, e de acordo com os registos estima-se
que a taxa pode ir até mais de 10.000 vezes do que as outras extinções em massa
nas Eras anteriores ao homem.
E as causas ou os efeitos dessas acções e atitudes são
muitas. Tantas somadas que se torna praticamente impossível quantificar o
impacto anual no aumento do risco da sobrevivência das espécies hoje ameaçadas.
Basta pararmos e pensarmos nestes factores:
A caça desportiva legalizada e a falta de controle
biológico desta actividade.
A caça furtiva e complacência das instituições politicas internacionais
responsáveis em medidas eficazes.
A pesca de mais de 100 toneladas de pescado por ano para
a alimentação e cerca de 30 toneladas usada para outros fins que não a
subsistência.
A pesca desregulamentada.
A pesca furtiva sobre espécies ameaçadas com a clara
cumplicidade da sociedade civil.
O comércio ilegal de animais e plantas.
O próprio comércio dito legal e ao abrigo de leis estatais.
O envenenamento por vingança e represália sobre espécies
aquém lhes foi expropriado ou danificado o seu habitat natural.
O envenenamento por uso de químicos nos diversos
ecossistemas geminados com presenças urbanas.
A poluição climática da atmosfera e a sua consequência no
aquecimento global pelo efeito estufa ainda muito aquém de uma protecção
necessária da camada de ozono que representa quase 98% da absorção dos raios
ultravioletas, sendo ela o escudo da vida no planeta.
A poluição ambiental através da proliferação/libertação
de residios e lixo ou tóxicos urbanos.
A destruição dos habitats pela industria madeireira e
pela exploração de minérios.
A contracção ou a condensação de habitats pela expansão
industrial e económica de zonas biogeográficas condicionando a subsistência
dessa biodiversidade.
A erosão dos solos e as alterações geográficas geradas no
interesse dos lobbies financeiros.
A introdução de espécies não nativas pelo homem em
habitats de biodiversidade delimitada.
A desinformação ou a inconsciência deliberada na
interacção de animais domésticos ou de companhia em habitats ou nas suas
imediações com elevados riscos de contaminação por doenças invasoras urbanas.
O uso ou a promoção comercial de peles de animais e
artefactos de origem animal.
A desflorestação por acção de expansões de terrenos
agrícolas marginais sem planeamento numa sustentação ecológica.
Reservas naturais regulamentadas com permanente
interferência na sua conservação pela exploração turística fomentada por
interesses meramente económicos.
Fico por aqui, mas provavelmente, se fosse analisar os
meandros de todos estes comportamentos e atitudes poderia elaborar outra lista
muito semelhante… clarividente da inconsciência, da irresponsabilidade, da prepotência
e do egocentrismo humano.
Contudo…
Nem toda a humanidade age por estes inclassificáveis diapasões
comportamentais. Ainda tenho alguma esperança que, com o grande esforço de
diversas organizações de conservação da vida selvagem, se consiga de certa
forma influenciar a opinião pública, as entidades governamentais e políticas na
consciencialização sobre um problema que é inteiramente da nossa
responsabilidade actual e futura. O fim das espécies, conforme as conhecemos,
será, quer se queira quer não, o principio da nossa decadência e falência como
espécie também.
A promoção e divulgação do trabalho de instituições ou
projectos conservacionistas como:
WWF (World Wildlife Fundation), AWF (African Worldlife Fundation), CNRLI (Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico), WCS (Wildlife Conservation Society), CITES (Conservation on Internacional Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora), BirdLife Internacional, CI (Conservation Internacional), SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves), Grupo Lobo, ESI (Endangered Species Internacional), FFI (Fauna & Flora Internacional), ICNB (Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade), e do excelente projecto; Programa LIFE/Projecto LIFE Habitat Lince Abutre... podem ajudar a reverter as condições vulneráveis de
muitas das espécies a curto e médio prazo… sim, porque a longo prazo é já neste
preciso momento; uma ilusão.
1) Moa - Esta ave de grande porte, de asa pequenas, pés e pernas possantes, pescoço longo, cabeça reduzida mas com um bico quase quadrado e narinas largas, que nalguns géneros maiores podia chegar aos três metros de altura e pesar perto de 250 kg fazia parte da família Dinornithidae, e conhecem-se ainda vários géneros com eventualmente mais de 10 espécies. O seu desaparecimento no ínicio do século XVI calcula-se que se tenha sido em parte devido à caça por causa da sua carne, pelos Moaris, povo da Nova-Zelândia. Associado também a doenças trazidas por outras aves invasoras ou a alterações climáticas causada pela elevadissima actividade vulcânica da região. Pensa-se que o seu principal predador natural fosse uma outra ave: a Águia-de-Hasst, também extinta talvez pelo desaparecimento da primeira. A Moa, foi provavelmente, a maior ave que já viveu sobre a Terra.
2) Dodó - Era uma ave, estranhamente, pela sua fisionomia descrita, próxima de outra ave não-voadora (Solitário-de-Rodrigues) semelhante àquilo que hoje conhecemos como um pombo. Nem de um nem do outro, temos dados suficientes que nos permitam saber exactmente como eram. Porém algumas descrições existentes, ajudam-nos a ter uma ideia de como eram as aves nas diversas illhas Mascarenhas, junto de Madagascar. O Dodó deveria mais de 15kg e com base nos ossos encontrados pode-se dizer que teria cerca de 1 metro de altura. Em termos morfológicos, com base nos desenhos que chegaram a nós identificam por vezes uma ave de plumagem cinzento claro, quase branca, pés amarelos... bico desproporcionado tricolor entre amarelo, preto e verde. Diria, semelhante ou mal comparado, de uma mistura entre o Nandu da America do Sul ou a Avestruz africana, porém em ponto pequeno. Por isso, não sei se consigo aceitar, como Taxonomia, muitas de referências que definem esta espécie, apesar de biológicamente, a genética os aproximar de antepassados dos nossos conhecidos pombos. Presume-se, que o grande motivo que levou à sua extinção tenha sido a facilidade com que eram caçados pelos marinheiros que faziam rotas nas ilhas Maurícias. A última menção de que há registo desta ave é datada de 1662. Há também dados de que chegaram quatro exemplares à Europa.
Através do IUCN (Internacional Union for Conservation of Nature), todos nós poderíamos (ou deveríamos ter o dever) de nos informar sobre as espécies ao abrigo deste estudo, e em consciência, perceber que por muito poucas que sejam as palavras ou as acções, elas farão certamente a diferença aos olhos dos nossos filhos e das gerações que ainda nos sucederão.
1) Moa - Esta ave de grande porte, de asa pequenas, pés e pernas possantes, pescoço longo, cabeça reduzida mas com um bico quase quadrado e narinas largas, que nalguns géneros maiores podia chegar aos três metros de altura e pesar perto de 250 kg fazia parte da família Dinornithidae, e conhecem-se ainda vários géneros com eventualmente mais de 10 espécies. O seu desaparecimento no ínicio do século XVI calcula-se que se tenha sido em parte devido à caça por causa da sua carne, pelos Moaris, povo da Nova-Zelândia. Associado também a doenças trazidas por outras aves invasoras ou a alterações climáticas causada pela elevadissima actividade vulcânica da região. Pensa-se que o seu principal predador natural fosse uma outra ave: a Águia-de-Hasst, também extinta talvez pelo desaparecimento da primeira. A Moa, foi provavelmente, a maior ave que já viveu sobre a Terra.
2) Dodó - Era uma ave, estranhamente, pela sua fisionomia descrita, próxima de outra ave não-voadora (Solitário-de-Rodrigues) semelhante àquilo que hoje conhecemos como um pombo. Nem de um nem do outro, temos dados suficientes que nos permitam saber exactmente como eram. Porém algumas descrições existentes, ajudam-nos a ter uma ideia de como eram as aves nas diversas illhas Mascarenhas, junto de Madagascar. O Dodó deveria mais de 15kg e com base nos ossos encontrados pode-se dizer que teria cerca de 1 metro de altura. Em termos morfológicos, com base nos desenhos que chegaram a nós identificam por vezes uma ave de plumagem cinzento claro, quase branca, pés amarelos... bico desproporcionado tricolor entre amarelo, preto e verde. Diria, semelhante ou mal comparado, de uma mistura entre o Nandu da America do Sul ou a Avestruz africana, porém em ponto pequeno. Por isso, não sei se consigo aceitar, como Taxonomia, muitas de referências que definem esta espécie, apesar de biológicamente, a genética os aproximar de antepassados dos nossos conhecidos pombos. Presume-se, que o grande motivo que levou à sua extinção tenha sido a facilidade com que eram caçados pelos marinheiros que faziam rotas nas ilhas Maurícias. A última menção de que há registo desta ave é datada de 1662. Há também dados de que chegaram quatro exemplares à Europa.
Através do IUCN (Internacional Union for Conservation of Nature), todos nós poderíamos (ou deveríamos ter o dever) de nos informar sobre as espécies ao abrigo deste estudo, e em consciência, perceber que por muito poucas que sejam as palavras ou as acções, elas farão certamente a diferença aos olhos dos nossos filhos e das gerações que ainda nos sucederão.
olha filipe, te digo: EU, se pudesse, se um dia virasse biólogo ou um milionário, faria o impossível pra evitar tanto a extinção de animais quanto de vegetais. pelo menos até onde eu poderia salvar. eu estou tentando incentivar, com meu pequeno dinheiro, o hábito da entomofagia(consumo de insetos, pra diminuir o impacto do consumo de carne de boi), e o consumo de ervas daninhas comestíveis e pancs(alimentos não-convencionais), como ora-pro-nóbis, carámoela, cambucá, etc. e claro, tento economizar água e comprar boilers pra minha casa, o que não parece fácil, pois só ganho salário mínimo. já tentei também, espalhar no meu sítio, abelhas nativas do brasil, ameaçadas de extinção, tentei pedir em apiários da internet mas não funcionou.
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